Ao menos 172 focos de incêndio ocorreram às margens das principais rodovias de Ribeirão Preto e região durante a estiagem, período no qual se nota a falta de chuva por longas datas.
O levantamento, obtido pelo ACidade ON junto às concessionárias Entrevias e ViaPaulista, considera o intervalo entre 1º de agosto e quinta-feira (16), dia em que houve a chegada da chuva a Ribeirão.
Contabilizando 47 dias, o balanço diz respeito a queimadas registradas em cinco rodovias:
– Anhanguera (SP-330)
– Anel Viário Sul (rodovia Antônio Duarte Nogueira, SP-322)
– Anel Viário Norte (rodovia Alexandre Balbo, SP-328)
– Cândido Portinari (SP-334)
– Antônio Machado Santana (SP-255)
Consequências
Recentemente, trechos da Anhanguera foram interditados por diversas vezes na região devido às chamas. Já na Cândido Portinari, recorrentes incêndios fizeram com que moradores de Batatais vivenciassem o período mais caótico do município.
Apesar de todo esse cenário, o que se nota é uma queda dos focos de incêndio às margens das rodovias. No mesmo intervalo de 2020, foram registradas 249 queimadas, o que leva a uma diminuição de 30,9%, apontam os dados.
Identificação
A promotora Cláudia Habib, do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente), disse que já identificou três suspeitos de atear fogo na reserva do Jataí, em Luís Antônio. Ainda de acordo com a promotora, todos os incêndios registrados desde 2020 na região foram praticados pela ação humana.
“Na reserva da Jataí, nós tivemos dois incêndios neste ano. Todas as investigações da Polícia Ambiental, agora juntamente com a Polícia Civil, apontam para um senhor que reside em São Carlos, numa fazenda, e foi queimar lixo. Logo após, tivemos um novo foco de incêndio, e as investigações apontam que duas pessoas em uma motocicleta, propositalmente, atearam fogo nas proximidades”, disse a promotora em entrevista ao EPTV 2.
Habib também ressaltou os danos causados pelos queimadas e defendeu punição mais rígida aos responsáveis. “Essas condutas são muito graves e causam danos ao meio ambiente, à saúde pública, e até interferem no ciclo das chuvas. Entendemos que, para crimes como esses, as penas devem ser aumentadas e novas condutas definidas como crime, como por exemplo queimar lixo e bitucas de cigarro”.
Quem flagrar pessoas ateando fogo em áreas de vegetação pode fazer a denúncia pelo telefone do Gaema (16 3965-1453) ou encaminhar as imagens ao e-mail gaemarp@mpsp.mp.br.
Já para incêndios nas áreas urbana e rural de Ribeirão Preto, a denúncia pode ser registrada na PM (Polícia Militar), por meio do 190. Em ambos os casos, o anonimato é garantido. Caso haja risco à população, a Defesa Civil Municipal pode ser acionada pelo 199, 153 ou (16) 3632-4747.
Segundo o Código do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, a multa pela prática de incêndio pode variar entre R$ 55 e R$ 11 mil. O valor, no entanto, pode ser dobrado em alguns casos (clique e saiba mais).