Por redação acidade on e Guilherme Jeronymo, da Agência Brasil
Um estudo realizado por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) mostrou que as chuvas não conseguem repor toda a água do Aquífero Guarani necessária para garantir a manutenção do reservatório, que se estende por áreas do Sul e Sudeste do país, além de Paraguai, Uruguai e Argentina.
O problema causa preocupação em áreas de grande produção agrícola e população, como por exemplo, em Ribeirão Preto, onde os efeitos são sentidos desde a década de 1990.
“Agora começou a aumentar muito o número de poços e isso começa a dar sinais em diversas regiões do interior”, disse o pesquisador Didier Gastmans, à Agência Brasil.
Pesquisa
O pesquisador explicou que o estudo buscou entender a importância da chuva na entrada de águas novas no aquífero, nas áreas de afloramento (superfície), e que foi possível confirmar esse papel.
Ele acompanha o tema desde 2002 e todas as suas pesquisas apontam que os efeitos de superexploração do reservatório são constantes, contínuos e tem piorado com a mudança de distribuição das chuvas na área de afloramento, que alimenta o aquífero.
O geólogo afirma que os indícios de superexploração estão claros no monitoramento dos poços e do nível dos reservatórios, atingindo aqueles próximos das regiões de afloramento, que têm níveis de dois a três metros mais baixos, em média, mas também os grandes poços de exploração para indústria e agronegócio, nos quais o rebaixamento atinge médias de 60 a 70 metros em dez anos.
Nessa dinâmica “a água tem uma determinada profundidade no poço e vai baixando, o que demanda poços mais profundos e bombas mais potentes. Na porção oeste (do estado de São Paulo) a gente fala de grandes produtores e sistemas para abastecimento público. Pequenos produtores já sentem esse impacto em algumas regiões próximas da área de afloramento”, esclareceu.
Esse rebaixamento dos níveis chega, em determinados pontos, a até 100 metros, considerável até para as dimensões do Aquífero, que tem níveis com 450 metros de espessura do reservatório, chegando a até 1 quilômetro de profundidade. A maior parte do consumo do Guarani é para o abastecimento urbano, e ao menos 80% dela se concentram no estado de São Paulo.
Utilização da água do rio Pardo em Ribeirão Preto
A Prefeitura de Ribeirão Preto assinou com a Caixa Econômica Federal um contrato de financiamento de R$ 3 milhões para realização do projeto básico e dos estudos preliminares, econômico/financeiro e ambientais para utilização da água do rio Pardo pela Saerp (Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto).
Conforme o município, o projeto prevê a captação, tratamento e distribuição da água do rio Pardo para complementação do sistema, que atualmente, utiliza a água captada no Aquífero Guarani.
O projeto de captação de água do rio Pardo está divido em três etapas: a primeira fase de estudos deve ser concluída nove meses após a contratação da empresa responsável.
Na sequência, será realizada a estruturação financeira e, por fim, a construção do novo sistema que será interligado ao atual para distribuição da água de maneira uniforme a todas as regiões de Ribeirão Preto.
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