“Foi incrível. Eu estava preparado como se fosse para um campeonato brasileiro”. É desta forma que Hélio Castroneves, piloto criado em Ribeirão Preto, se refere à vitória em uma corrida de kart amistosa com Ayrton Senna, em 1990.
O tricampeão de Fórmula 1 (1988, 1990 e 1991) morreu há exatos 27 anos, em 1º de maio de 1994, após um grave acidente durante o GP (Grande Prêmio) de San Marino, na Itália.
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Aos 15 anos, o três vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis (2001, 2002 e 2009) dava os primeiros passos no automobilismo e recebeu um convite para correr na recém-construída pista do ídolo, em uma fazenda em Tatuí. O contato foi intermediado por Mário de Carvalho, um dos pioneiros do kartismo no Brasil.
“Ele [Mário] estava chamando somente um grupo seleto e eu estava incluso. Comecei a treinar assim que nos liberaram, e a pista ainda estava com muita areia, porque ninguém tinha andado, mas o traçado era muito bacana”, contou Castroneves.
O ribeirão-pretano disse que ele e os outros pilotos ficaram treinando por aproximadamente uma hora até Ayrton chegar. “Quando ele apareceu, todo mundo queria falar com ele. Eu era meio tímido, estava mais preocupado em acertar o kart e acabei tirando só uma foto com ele de capacete”, recordou. (imagem acima)
Triunfo após frustração
No evento, uma equipe de filmagem acompanhou Senna para fazer registros sobre a vida dele. Antes da corrida, houve uma classificação, e Castroneves ficou a pole. Mas não largou em primeiro.
“O Senna criou uma regra: os pilotos mais rápidos largariam atrás. Então eu fiquei em último. Seu Milton, pai do Aryton, mencionava: o 34 larga em último, pois está muito rápido”, recordou.
“Foi aí que, durante a corrida, fomos passando a galera até que eu consegui passá-lo e ganhar”, completou. Senna ficou em terceiro.
Como não havia pódio, Ayrton resolveu presentear os seis primeiros colocados com relógios de uma marca que o patrocinava. Com apreço, o ribeirão-pretano se lembra que o dele tinha as cores branca e vermelha.
Despedida
Logo depois da corrida, Hélio Castroneves participou de uma confraternização com os demais pilotos. Mal sabia ele que seria o último contato com o ídolo, que morreria quatro anos depois.
“Depois que minha timidez passou, consegui pedir um autógrafo a ele, uma das pessoas que me inspirei quando comecei a correr. Foi aí que conversamos e eu mencionei que estava indo para o Mundial de Kart. Ele alertou que os pneus eram bem diferentes daqueles que estávamos acostumados no Brasil e disse para eu prestar atenção nisso”, comentou.
Atualmente
Aos 45 anos, Hélio Castroneves vive uma nova fase na carreira e vai estrear pela equipe Meyer Shank Racing na Indy 500, prevista para 30 de maio. Caso vença as 500 Milhas, se juntará aos maiores vencedores da prova: Al Unser, Rick Mears e A. J. Foyt – todos com quatro triunfos.
No retorno parcial à Fórmula Indy, o ribeirão-pretano deve disputar outras quatro etapas: Long Beach, Indianápolis, Portland e Laguna Seca.