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EsportesRibeirão: Conheça a treinadora do 1º medalhista do skate brasileiro

Ribeirão: Conheça a treinadora do 1º medalhista do skate brasileiro

Ana Paula é treinadora e esposa do skatista Kelvin Hoefler, medalhista de prata em Tóquio; Confira a entrevista

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A fotógrafa Ana Paula e o skatista Kelvin Hoefler se conheceram em 2011 (Foto: Arquivo pessoal)

Kelvin Hoefler entrou para a história do esporte brasileiro ao garantir para o país a primeira medalha no skate olímpico.

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Para conquistar a prata na final do street em Tóquio 2020, o skatista contou com o apoio incondicional da ribeirão-pretana Ana Paula Negrão. Além de esposa, ela também é treinadora informal de Kelvin. 
 
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E todo a bagagem para orientar o marido, hexacampeão mundial, teve origem na Vila Virgínia, na zona Oeste de Ribeirão Preto, onde Ana deu as primeiras voltas com o skate e se apaixonou pela modalidade, ainda na década de 1990.

“Comecei a andar de skate na época que fazia o primeiro colegial no Otoniel Mota. Meu vizinho andava e a gente sempre o via. Morava na Vila Virgínia e tinha uma ladeira bem em frente à nossa casa. Achava ‘mó’ legal porque jogava bola na rua, vôlei e taco. Sempre pedia o skate emprestado, até que eu e uma amiga compramos um. Depois das aulas, costumava ir ao skate shop do Rui Muleque [primeiro campeão brasileiro de street], lá no Centro, onde assistia a vídeos de skate”, lembrou Ana Paula em entrevista ao portal ACidade ON.

Entre o final dos anos 90 e início de 2000, Ana chegou a disputar competições, empilhando títulos ao redor do país. Porém, acabou se encontrando em outra função nas pistas: a de eternizar momentos.

Como fotógrafa, profissão que desempenha até hoje, a ribeirão-pretana foi uma das fundadoras da extinta fanzine (revista não profissional) “Check It Out”, a primeira publicação impressa sobre o skate feminino e referência mundial nos anos 90.

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“Mudei para a Califórnia nos anos 2000. Vim para competir no primeiro evento de street feminino fora do Brasil, vi um cartaz e conversei com a minha patrocinadora. Aí foi quando ela me mandou para os Estados Unidos e eu conheci a cena daqui”, contou.  
 

Ana Paula durante sessão de skate em São Paulo (Foto: Arquivo pessoal)

O início 

Ana Paula e Kelvin se conheceram há dez anos, em Roma, na Itália. O encontro ocorreu durante uma série de torneios femininos na Europa. À época, a ribeirão-pretana já trabalhava como fotógrafa e o skatista do Guarujá participava de competições no Velho Continente.

Desde então, o casal não se separou e atualmente mora em Los Angeles, nos Estados Unidos. Mesmo com toda a proximidade, Ana afirmou que não é simples conciliar a “dupla função” com o skatista.

“Conciliar o papel de técnica com o de esposa não é uma coisa fácil. Sendo treinadora, você tem que ser chata, crítica. Isso geralmente gera conflito, mas o mais importante é você passar a mensagem. Depois a gente se resolve”, declarou.

Ainda na entrevista, Ana Paula classificou Kelvin como o “melhor representante” para a primeira prata olímpica da história do skate. Ela teve o pedido de credenciamento vetado pela CBSk (Confederação Brasileira de Skate) para as Olimpíadas, o que provocou atrito entre o atleta e a instituição.

“Acredito que a medalha já mudou [o cenário do skate brasileiro], porque as Olimpíadas trouxeram muita visibilidade para o skate. Acho que não teve um representante melhor do que o Kelvin, porque ele sempre foi um menino muito focado, trabalhador e honesto. Ele já passou por muitas dificuldades desde criança, além de cirurgias”, afirmou.  
 

Kelvin e Ana Paula em Moscou, na Rússia (Foto: Divulgação / Rede social)

Auxílio à distância

Ana costuma acompanhar o marido nas competições. Mas, com o veto para os Jogos, teve que assisti-lo da Califórnia, mantendo os olhos fixos na TV. Com o celular em mãos, repassava orientações e incentivava Kelvin, tarefa que também foi feita in loco pela skatista Pâmela Rosa.

“Fiquei bem emocionada na hora, não tive muita reação. Quando eu caí em si da grandeza do momento, acho que foi uma semana depois. Já estou com o Kelvin há dez anos e pode ser que ele tenha outras pessoas que o ajudem, mas eu sempre vou estar ali para ajudar da melhor forma possível”, finalizou a fotógrafa.  

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