O hacker Walter Delgatti Netto, que foi preso em Ribeirão Preto em 2019, e que ficou conhecido pela Vaza Jato, disse em depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a promessa de indulto presidencial, caso assumisse um suposto grampo contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Segundo Delgatti, o pedido partiu de uma conversa por telefone com Bolsonaro, que o teria informado de que agentes “de outro país” teriam conseguido grampear o ministro e então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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A informação foi divulgada pelo hacker nesta quinta-feira (17) em depoimento à CPMI que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. Delgatti afirmou que não teve acesso ao grampo, mas que aceitou o pedido de Bolsonaro de assumir a responsabilidade pelo suposto equipamento usado para monitorar Moraes.
“Ele disse que, em troca, eu teria o prometido indulto e ainda disse assim: caso alguém me prender, eu [Bolsonaro] mando prender o juiz e deu risada”, relatou o hacker.
O objetivo do ato, segundo Delgatti, era provocar alguma ação contra o ministro Alexandre de Moraes e forçar a realização de nova eleição. Dessa vez, com o chamado voto impresso, modalidade que foi negada pelo Congresso Nacional em 2021.
O hacker disse que foi procurado pela deputada federal Carla Zambelli (PL) com a promessa de um emprego. A parlamentar nega as acusações de ilegalidades, mas que aguarda ter acesso aos autos para se manifestar sobre todas as informações divulgadas (com Lucas Pordeus Léon/Agência Brasil).
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