A variante delta identificada primeiramente na Índia, em outubro de 2020, se espalhou rapidamente pelo mundo e é um dos principais motivos do aumento do número de casos da pandemia da covid-19, mesmo em países onde a vacinação está avançada.
Embora a linhagem seja altamente transmissível, a comunidade científica afirma que a maioria dos pacientes infectados com ela, apresenta sintomas leves parecidos até com uma gripe comum ou crise alérgica. As principais queixas são de dores de cabeça e de garganta, febre e coriza.
Pandemia oculta
Em razão dos sintomas leves, o virologista da USP de Ribeirão Preto, Benedito Lopes Fonseca, explica que isso pode desencadear uma ‘pandemia oculta’, pois muitos pacientes sequer vão procurar atendimento. Porém ainda assim, o sistema de saúde terá que se preparar.
“Como as manifestações clínicas são mais leves, é provável que a demanda maior seja de leitos de enfermaria, ao contrário do que vem acontecendo desde o início da pandemia; desta forma, o sistema de saúde vai ter que se readaptar para atender esses pacientes em modo ambulatorial”, avalia o professor.
Vacinação
O pesquisador e professor Vitor Engracia Valenti, da Unesp, explica que existem vidências de que vacinas com proteção muito forte, incluindo Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac, já perdem um pouco o efeito protetor contra a cepa delta, mas ainda assim conferem efeito protetor.
“Quando aplica uma dose da Pfizer ou AstraZeneca, estimativas sugerem proteção de 20% a 30%. Com as duas doses, pode proteger de 60% e 88%. Então, a segunda dose é muito importante. Apesar da cepa delta diminuir consideravelmente o efeito protetor, até o momento as vacinas continuam tendo uma capacidade de controlar a epidemia, incluindo a variante delta”, destaca.