Após 14 meses de pandemia e a morte de um prestador de serviços, a Câmara de Ibaté começou a estudar a possibilidade de realizar sessões virtuais a partir da próxima segunda-feira (31), data da próxima reunião.
Na segunda-feira (24), o radialista José Augusto Neto, que prestava serviços como operador de áudio para o Legislativo ibateense, foi infectado por Covid-19 e morreu na Santa Casa de São Carlos.
Após casos pontuais de contaminação de vereadores, a Câmara de Ibaté viu a disseminação crescer em seus quadros políticos e funcionais. Desde o início do mês, houve pelo menos quatro casos de Covid. Um deles foi o vereador Edison Fernando (PSDB), testado positivo em 12 de maio. Ele havia participado de uma sessão presencial da Câmara na antevéspera. Naquela mesma semana, em 14 de maio, Ronaldo Venturi (PSB) também soube estar infectado e em 20 de maio, Damião Sousa (DEM) também anunciou ter Covid.
“No dia 17/05 passei em uma barreira em Araraquara. Eles me barraram pra fazer o teste (sic), fiz o teste rápido de sangue deu negativo. No decorrer do outro dia fiquei meio gripado e espirrando, fui atrás de fazer o do cotonete que é o do nariz (PCR). Fui no 24h (Unimed), mas marcou para fazer só amanhã, dia 20/05, por precaução, fui no Hospital de Ibaté e fiz na hora o mesmo exame que ia fazer no 24h e esse sim deu positivo”, afirmou Sousa em rede social.
Na sequência, Augusto Neto foi infectado por Covid-19 e após internação na Santa Casa de São Carlos, morreu na última segunda-feira.
A morte do radialista levantou questões entre os moradores de Ibaté a pertinência de se realizar sessões presenciais da Câmara em plena pandemia. Desde o início da epidemia, em março do ano passado, não houve paralisação das atividades presenciais dos vereadores, somente o bloqueio de visitas públicas aos gabinetes dos políticos. A cidade já soma 82 mortes por Covid e 3.048 casos da enfermidade.
Por telefone, o presidente da Câmara, Valentin Fargoni (Valentim da Autoescola – Patriota), lamentou a morte de Augusto Neto. Apesar dos cuidados que teriam sido tomados no prédio do Legislativo, “aconteceu”.
“A gente fazia todas as prevenções que podia. Tinha todos os cuidados, mas aconteceu e a gente não pode afirmar que todos eles pegaram ali, na Câmara. Não tem como saber, por mais que a gente se cuida, eu mesmo me cuido e peguei Covid também”, relata.
O presidente da Câmara afirmou ainda que está tentando viabilizar, junto à equipe de tecnologia de informação, a realização de sessões virtuais já a partir de segunda-feira.
“Mas tudo isso depende como vai ser a transmissão virtual, vai ter que ter um treinamento antes, é complicado, achei que seria mais fácil, mas não é não”, conclui.
