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CoronavírusCom fila para internação, Estado e Prefeitura "batem cabeça" na abertura de leitos

Com fila para internação, Estado e Prefeitura “batem cabeça” na abertura de leitos

Apesar de Marcos Palermo afirmar há um mês que era “só dimensionar a equipe e abrir” os leitos, Prefeitura afirma que depende de dinheiro estadual para manter vagas para pacientes com Covid

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Centro de Triagem no Milton Olaio foi reaberto após alta da demanda. Foto: ACidade ON São Carlos

Em média, a cada dia, 11 pessoas com Covid ou suspeita da doença aguardam por vagas no sistema hospitalar de São Carlos. Em meio à espera dos pacientes doentes, as gestões estadual e municipal não definem se haverá ou não novos leitos na cidade.

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A rede hospitalar local disponibiliza ao atendimento de pacientes adultos com Covid 10 leitos de terapia intensiva (UTI), instalados na Santa Casa, e outros 4 de enfermaria no Hospital Universitário. Sede da “Região Coração” do 3º Departamento Regional de Saúde (DRS-3), a Capital da Tecnologia serve de referência para pacientes com Covid das cidades de Dourado, Ribeirão Bonito, Ibaté, Descalvado e Porto Ferreira.

Desde meados de janeiro os leitos têm sido insuficientes para o atendimento da demanda de pacientes com algum tipo de síndrome gripal. De 21 de janeiro para cá a Vigilância Epidemiológica tem reportado fila de espera na cidade. A quantidade de doentes à espera por vaga tem variado entre 8 e 16, o que indica que a demanda tem sido de três a quatro vezes maior do que a capacidade instalada.

Nas unidades de terapia intensiva (UTI) o movimento tem sido grande desde a virada do ano, com a explosão de casos de Covid. Nas 22 divulgações da Vigilância Epidemiológica até hoje (2), em 14 a taxa estava em 100%. Em outros seis dias havia apenas um leito desocupado.

Para o médico sanitarista Rodolpho Telarolli Júnior, “é chegado o momento” para que as autoridades sanitárias se mobilizem para a abertura de novas vagas hospitalares. Ele disse entender a necessidade de fechamento de leitos para a economia de recursos públicos no fim do ano passado, mas salientou que a situação urge a reabertura.

“Acho que é chegado o momento. Em seis ou sete capitais há lotação nas enfermarias e as UTIs estão próximas à lotação. (…) Agora começa (a situação) em São Carlos e Araraquara que estão com ocupação próximas a 100%. (Em Araraquara) a prefeitura já abriu leitos de enfermaria, no hospital de campanha. É questão de dias vamos ter falta de leitos de enfermaria e UTI”, afirmou.

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Diante da urgência avistada por especialistas e por pacientes que esperam por leitos governos estadual e municipal “batem cabeça” para decidir quando, como e quantas vagas serão abertas.

Em São Carlos, no início de janeiro, em meio ao aumento exponencial da procura de pacientes com síndromes gripais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) o que justificou, inclusive a reabertura do Centro de Triagem do Milton Olaio o secretário da Saúde, Marcos Palermo, chegou a afirmar, em entrevista ao acidade on, que poderia reabrir leitos de UTI, o que seria uma questão de “só dimensionar a equipe e abrir”.

“Se houver a necessidade agora, por exemplo, (de leitos para) mais 10 pacientes contaminados graves, a gente amplia agora”, afirmou o secretário na ocasião. No dia da entrevista, São Carlos havia registrado 90% de taxa de ocupação de UTIs para pacientes com Covid.

A abertura de leitos de UTI voltou a ser assunto no dia 17, data em que a taxa de ocupação estava em 100%. Em entrevista à CBN São Carlos, o secretário de Planejamento e Gestão e coordenador do Comitê Emergencial, Luís Antônio Panone, afirmou que a oferta de hospitalização é “uma preocupação muito grande” e que os membros do colegiado estavam “atentos à essa necessidade”.

“É uma preocupação muito grande, por isso que nós articulamos com os hospitais de que se houver a necessidade de leitos, será ampliada (a capacidade). Nós não teremos falta de leitos em São Carlos. Esse é um consenso que chegamos após as discussões que tivemos”, comentou.

Em meio à escalada de casos e ocupação, o mundo político acendeu o “alerta laranja” e passou a discutir de forma mais incisiva, na Câmara Municipal, a necessidade de ampliação de vagas para pacientes com Covid. Diante do impasse entre as secretarias estadual e municipal da Saúde, o presidente da Câmara, Roselei Françoso (MDB), agendou reunião com o chefe da saúde paulista, Jean Gorinchteyn, para pedir por novos leitos. O encontro que seria realizado hoje, em São Paulo, foi reagendado para a quinta-feira (3).

Hospital de Campanha reaberto em Araraquara

Enquanto São Carlos pede ajuda à São Paulo, Araraquara por iniciativa própria – reabriu o Hospital de Campanha com 12 leitos de enfermaria e um de estabilização. A estrutura se soma aos 13 leitos da unidade de retaguarda do Melhado. O reforço ocorreu em um momento em que as ocupações da enfermaria e UTI não tinham atingido os 90%.

Em Américo Brasiliense, a gestão João Doria (PSDB) destinou 15 leitos de enfermaria e 10 de UTI ao Hospital Estadual instalado no município. As vagas fazem parte do pacote de 700 novos leitos exclusivos para pacientes com Covid anunciado pelo político tucano em live no dia 26 de janeiro. Nenhum leito foi destinado à São Carlos.

O que dizem Estado e Prefeitura de São Carlos

Questionada, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que “tem garantido assistência e fortalecido os serviços de saúde estaduais para atender pacientes com Covid-19”. “A ativação de novos leitos não é prerrogativa exclusiva do Estado, mas também da União e das Prefeituras”. A gestão Doria confirmou que somente haverá abertura de leitos em Américo Brasiliense.

Por outro lado, a Prefeitura de São Carlos afirmou que entende serem necessários “pelo menos cinco leitos de UTI” no município, mas tem buscado, junto à gestão estadual, o custeio das novas vagas, “pois o município não pode arcar sozinho”.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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