Com os indicadores da pandemia em queda, a maior preocupação do Estado é com as comemorações privadas durante o período de Carnaval. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16), o Comitê Científico do Governo do Estado falou sobre a importância de evitar festas e aglomerações para que os índices da Covid-19 não voltem a subir.
De acordo com João Gabbardo, coordenador executivo do Comitê, a maioria dos desfiles foi suspenso ou postergado, mas é fundamental que a população entenda que o Estado vive uma fase de redução dos indicadores e que só será possível manter a tendência se todos mantiverem os cuidados necessários.
“São nessas ocasiões que nós temos sempre um aumento de casos porque ocorrem aglomerações, encontros, as pessoas ficam durante muito tempo muito próximas, as vezes bebendo, e isso sempre traz consequências ou piora nos indicadores, então é fundamental que todos aqueles que esperam que a gente possa voltar a uma vida normal ou muito próxima da normalidade já nas próximas semanas, que a gente consiga ultrapassar esses feriados sem uma piora nos nossos indicadores”, disse.
Além da população, Gabbardo também pediu atenção e colaboração dos organizadores de eventos, sejam da iniciativa privada ou não. “Estamos em um momento importante de declínio e precisamos manter esses nossos indicadores que são favoráveis”, concluiu.
No Estado, a realização de eventos públicos é de decisão dos municípios, mas as comemorações de iniciativa privada podem ser realizadas, desde que sigam os protocolos sanitários do Plano São Paulo. Foi decretado ponto facultativo para o feriado prolongado.
“Embora majoritariamente nenhum município esteja promovendo festas, desfiles ou iniciativas que promovam encontros de Carnaval, há organizações privadas ou pessoas desejosas de fazerem festas domésticas, e essa não é uma boa iniciativa neste período”, completou o governador João Doria.
Situação do Estado
Dados levantados pela Secretaria Estadual de Saúde apontaram que as taxas de ocupação em leitos de UTI estão em 64,5% em todo o Estado e em 62,7% na Grande São Paulo. Na Diretoria Regional de Saúde de Araraquara (DRS-III), o índice é de 75%.
O levantamento aponta ainda uma queda de 4% no número de casos confirmados da doença e de 23,2% no número de internações. “Infelizmente ainda temos um leve incremento no número de óbitos, isso em decorrência a dois fatores: alguns dados reportados de forma tardia e também a repercussão daqueles pacientes que internaram de forma grave nas UTIs”, disse o secretário Jean Gorinchteyn.
Um estudo realizado no Hospital Emílio Ribas indicou que 86% dos pacientes que internaram de forma grave e vieram a óbito não tinha tomado nenhuma dose da vacina ou estavam com o esquema vacinal incompleto.