O consumo de oxigênio no Hospital Universitário (HU) de São Carlos (SP) aumentou em 128% em meio a pandemia de Covid-19. O gás medicinal é usado nos dez leitos de terapia intensiva e nos outros 32 leitos, incluindo a enfermaria de suporte e estabilização.
O hospital não tem como receber mais pacientes e tem os leitos lotados. O consumo mensal de oxigênio era de 18 cilindros e passou para 41. Segundo o chefe da Divisão Médica do HU, Rodrigo Alvez Ferreira, o gás medicinal é essencial, uma vez que a Covid-19 atinge principalmente os pulmões dos pacientes e a sua capacidade de troca de gases. “É o que faz o funcionamento de todos os órgãos, sem o oxigênio, todos os órgãos, como o coração não bate, o cérebro não funciona, enfim, o fígado, nada funciona. Então é fundamental manter a oxigenação do paciente”, explica.
O oxigênio garante que os pacientes sejam mantidos vivos. Paulo Sérgio Bolonha, por exemplo, ficou internado por 43 dias no hospital escola. A filha dele, Bruna Bolonha, lembrou como foi difícil a situação. “Foi bastante porque ainda quando ele foi internado o hospital para fazer um pequeno exame, porque ele tinha fraturado a coluna, nós não sabíamos que tinha Covid. Eu fiquei com ele o dia todo e foi coisa de sair para vir para casa comunicar o pessoal, ele entrou na UTI”, conta.
No momento mais crítico, Bolonha chegou a sentir falta de ar. “Direto precisei do oxigênio. Não fosse o oxigênio e todo o desempenho do pessoal do hospital escola hoje não estaria aqui”. “Se cuidem, usem máscara, não fiquem em aglomerações, porque essa doença mata mesmo, não é brincadeira”, relembra.