A diarista Elizania Palmira Donato Mulcheroni, de 40 anos, recebeu alta do hospital nesta terça-feira (4) e foi recebida com festa por familiares e vizinhos no bairro Azulville, em São Carlos. A mulher ficou uma semana internada em Américo Brasiliense para se tratar da Covid-19.
O marido e os três filhos de Elizania também foram contaminados pelo coronavírus. Todos tiveram sintomas, mas somente ela teve um quadro mais grave da doença. “Foram quatro dias mais ou menos com sintomas de gripe. Depois já fui começando a ter falta de ar. Ia até a UPA e voltava. Então foi só agravando”.
A diarista ficou dois dias internada na UPA do Santa Felícia, mas com a piora teve que ser transferida para o hospital de Américo Brasiliense por conta da falta de leitos em São Carlos.
Durante os dias que ficou na UPA, ela conta que sentiu muito medo. “Eu nem pensava se eu iria sair, porque a coisa lá está tão feia. É assustador de ver. Queria até fazer um apelo para o nosso prefeito para cuidar um pouco mais da saúde. Teve um momento que eu estava em uma sala com mais sete macas, todos em situação mais desesperadoras do que a minha. Foi muito triste de ver o pessoal ali definhando”.
“Eu não tinha nem esperança se iria sair dali ou não. Só tinha medo mesmo do que podia acontecer dali para frente”, desabafou.
A Elizania teve 30% do pulmão comprometido, mas, felizmente, não precisou ser intubada e conseguiu se recuperar.
A mãe dela, a auxiliar de serviços gerais, Ângela Maria Couto, de 56 anos, se emocionou com o retorno da filha e ainda deixou um recado: “Foi muito triste, muito doloroso. Só quem passa sabe a dor que é. Então, gente, se cuidem. A coisa é séria, muito séria. Esses dias eu não comia, só chorava. Eu pedi muito para Nossa Senhora Aparecida e fui atendida. Hoje estou recebendo a graça de ela estar voltando para casa”.
O instrutor de autoescola, Edson César Donato de 62 anos, contou como foi o período de espera pela filha e disse estar pronto para ser vacinado contra o coronavírus. “Foi muito difícil. A gente estava se cuidando, tentando ficar isolado e ajudando naquilo que era possível. O sentimento é de super felicidade, não só felicidade. E a esperança da vacina, eu já vou receber a primeira dose”.
A volta da mãe também foi comemorada pela pequena Raissa Mulcheroni, de 12 anos, “Estou muito feliz que ela melhorou e sobreviveu. Que ela continue assim e viva bastante, com muita saúde, felicidade e tudo de bom”.