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CoronavírusDoentes de Covid-19 estão morrendo mais rápido nas UTIs de SP

Doentes de Covid-19 estão morrendo mais rápido nas UTIs de SP

O tempo médio para que uma vítima vá a óbito caiu de 14,1 para 10,7 dias no último trimestre, afirma pesquisa

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Velocidade no agravamento dos casos preocupa especialistas. Imagem ilustrativa

Os pacientes internados em estado grave em UTIs de São Paulo para tratar da Covid-19 estão morrendo mais rápido.
O tempo médio para que uma vítima vá a óbito caiu de 14,1 para 10,7 dias no último trimestre, segundo dados compilados pela Secretaria de Estado da Saúde e pelo Centro de Contingência do Coronavírus.  

Desde o início da epidemia, 68.623 pessoas morreram em São Paulo – 1.201 apenas nas últimas 24 horas.
O estudo agora finalizado analisou o histórico de 41 mil vítimas.
De acordo com o infectologista Carlos Magno Fortaleza, que integra o Centro de Contingência, o quadro pode ter se agravado por duas razões: a entrada da variante P1 do coronavírus no estado, que parece ser mais transmissível e também pode ser mais agressiva, e a demora no acesso à terapia intensiva, causada pelo abrupto aumento no número de casos no estado, levando à lotação das UTIs.  

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As internações de pacientes subiram em ritmo explosivo em São Paulo neste mês. O número de pacientes em UTIs saltou de 8.867 no dia 8 de março para 12.168 na segunda (22).
A taxa de ocupação das UTIs no estado chegou a 91,2%.
O governo de São Paulo afirma que os esforços de combate à epidemia têm sido prejudicados pelo escasso apoio da União, que financia só 62% dos leitos de UTI adulto ativados na pandemia exclusivamente para atender pacientes do SUS em SP.
  

A situação dramática, diz a administração, é constatada em levantamento realizado com base nos dados do DataSUS, que aponta para acesso tardio à terapia com oxigênio, fator essencial para assegurar a sobrevivência em casos de Covid-19. Isso ocorreria, provavelmente, por causa da saturação do sistema assistencial.
O drama compromete as conquistas dos médicos ao longo da epidemia.
A letalidade (proporção das pessoas infectadas que vem a falecer) vinha sendo progressivamente reduzida, especialmente pelo melhor conhecimento dos profissionais sobre o manejo de casos graves.
  

Entre os 51,9 mil pacientes que tiveram alta de UTI no período analisado pela secretaria, a permanência média no leito caiu 37% na comparação entre o segundo trimestre de 2020 e o início deste ano, o que indica melhor efetividade da assistência.
O governo do Estado vem travando uma batalha contra o tempo, ativando novos leitos para receber mais pacientes. Já anunciou a ativação de mil novos leitos em março, e pretende reativar até o fim do mês 12 novos hospitais de campanha. Com estas medidas, o número de leitos de UTI saltará para mais de 9,2 mil em abril na rede pública de saúde, 162% a mais que a disponibilidade pré-pandemia (3,5 mil), afirma a administração.
  

A secretaria de Saúde afirma ainda que “a rede pública de saúde está impactada pela falta de financiamento dos leitos de UTI por parte do Governo Federal, que neste ano repassou apenas 20% dos recursos ainda pendentes e necessários para custear leitos em São Paulo neste ano. A ausência dos repasses federais representa R$ 381,7 milhões de déficit ao SUS de SP para o primeiro trimestre de 2021.
Desde janeiro, o Ministério da Saúde autorizou apenas R$ 339,9 milhões de um total de R$ 721,6 milhões que deveriam ter sido destinados em 2021 para financiar leitos de UTI COVID-19 no estado.   

Isto ocorre mesmo diante de liminar obtida pela PGE (Procuradoria Geral do Estado) junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) oque determina custeio da totalidade dos leitos de UTI COVID-19 de SP.
Dos 5.112 leitos ativados no SUS de SP, 1.932 seguem mantidos pelo Governo do Estado e Prefeituras, sem qualquer financiamento federal”.

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