O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu nesta sexta-feira (15) reação do Congresso Nacional e da sociedade civil contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia de Covid-19 e falou em genocídio ao se referir à morte de mais de 205 mil brasileiros vítimas da doença.
O tucano disse ainda que a crise da falta de oxigênio em Manaus é de responsabilidade da “opção pelo negacionismo” e da “política caótica” do governo federal em relação à pandemia.
As declarações foram dadas no Palácio dos Bandeirantes, em entrevista coletiva à imprensa para tratar da reclassificação do Plano São Paulo.
“Li uma manifestação do presidente Jair Bolsonaro dizendo ‘fiz tudo o que estava ao meu alcance, o problema agora é do estado do Amazonas e da Prefeitura de Manaus’. Inacreditável. Inacreditável. Em outro país isso talvez fosse classificado como genocídio. É um abandono aos brasileiros”, disse, em alusão à declaração de Bolsonaro na manhã desta sexta.
“O negacionismo dominando o país no governo federal. Um mar de fracasso, colocando como vítimas milhares de brasileiros que perderam a sua vida e outros milhares que podem perder. Está na hora de termos uma reação a isso. Da sociedade civil, dos brasileiros, da população do Brasil, da imprensa, do Congresso Nacional de quem puder ajudar. Ou vamos assistir a isso? Ou vamos assistir a isso por meses e achar que é isso normal, que faz parte e que a ideologia do negacionismo é aceitável?”, completou.
Segundo Doria, não é “razoável que uma situação de caos, como a que vive a capital manauara, seja debitada somente na conta de um prefeito e de um governador”.
Durante a coletiva, ao saber que o governo do Amazonas pedia ajuda para o atendimento de 60 bebês prematuros que poderiam ficar sem oxigênio, Doria explodiu. “Para quem é pai, quem é mãe, isso é o fim do mundo”, esbravejou.
O governador ainda disse que os bebês que puderem ser transferidos para São Paulo serão integralmente atendidos no estado.
Antes disso, o tucano já havia anunciado que o estado enviará 40 respiradores feitos pela USP para a Secretaria da Saúde do Amazonas, para que possam ser enviados aos hospitais da região.
Ele afirmou que já havia pedido ao secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, a gestão de leitos da rede pública e privada que pudessem ser colocados à disposição do estado do Amazonas.