O consumo de oxigênio na Santa Casa de São Carlos deve aumentar em 52% entre janeiro e março, afirma o hospital. O avanço na demanda do gás medicinal acompanhou o crescimento no número de casos e hospitalizações por Covid-19 na cidade.
A expectativa do hospital é que sejam consumidos 38 mil metros cúbicos (m³) do gás até o final deste mês. O valor representa 33% sobre o gasto em fevereiro, quando o hospital consumiu 28,6 mil m³ de oxigênio. Em janeiro, antes do início da segunda onda da pandemia no interior paulista, o consumo do gás ficou em 25 mil m³.
O oxigênio medicinal é um dos principais insumos de saúde usados na recuperação de pacientes com Covid-19. O avanço no consumo do gás na Santa Casa acompanhou o total de pacientes internados com a doença na instituição. Outro hospital da cidade, o HU-UFSCar, reportou que o consumo dobrou durante a pandemia. Em 23 de janeiro, estavam internadas na Santa Casa 32 pessoas na ala Covid, entre terapia intensiva adulta e pediátrica, enfermaria SUS e convênio. Já em 23 de março, o total passou para 70, número 119% maior. Somente entre janeiro e março, o total de total de pacientes na UTI praticamente dobrou.
Os gastos com oxigênio também são crescentes nos últimos meses. Em janeiro, a Santa Casa gastou cerca de R$ 29 mil, cifra que passou para R$ 41,5 mil em fevereiro. Levantamento das compras realizadas até 23 de março mostra que a instituição filantrópica desembolsou R$ 30.642,56.
Nesta semana, o provedor da Santa Casa, Antonio Valério Morillas Júnior, afirmou, em entrevista à CBN São Carlos, que a situação “está sob controle”, mas demonstrou preocupação com a utilização intensa de oxigênio por pacientes com Covid-19. “Temos um contrato de fornecimento, mas aumentou muito essa demanda. Estamos trabalhando no limite, mantendo controlada a situação, mas há a necessidade de aumento de produção a nível estadual por que tem locais com dificuldades”, afirma.
Nesta semana, o governo do Estado realizou reunião com produtores e fornecedores de gases hospitalares e assegurou a cadeia do suprimento para a demanda já existente. As empresas afirmaram que vão cumprir contratos existentes, mas apontaram um gargalo na distribuição dos gases, principalmente no envase, uma vez que faltam cilindros.
Falta de anestésicos
A falta de anestésicos e outros fármacos forçou o hospital filantrópico a anunciar o encerramento do atendimento a pacientes que estão intubados. O hospital pediu a transferência à Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), de 60 pacientes. Dois hospitais da região ofereceram medicamentos, disse o hospital nesta sexta-feira (26).