Análises preliminares de um estudo de segurança e imunogenicidade indicam que o uso da vacina AstraZeneca como dose de reforço aumenta a resposta imune contra as variantes de preocupação Beta, Delta, Alfa e Gama. A informação foi divulgada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Uma análise feita separadamente com amostras da pesquisa revela ainda o aumento da resposta dos anticorpos contra a Ômicron, que vem causando uma nova onda da doença.
Os estudos foram feitos com pessoas previamente vacinadas com a AstraZeneca, fabricada no Brasil pela Fiocruz, ou vacinas de mRNA, e mais resultados devem ser conhecidos ainda neste primeiro semestre de 2022. Um ensaio separado (Fase IV, publicado na forma de preprint na revista científica The Lancet) mostrou ainda que uma dose de reforço da AstraZeneca elevou o nível de anticorpos de quem havia tomado duas doses de Coronavac.
Os dados, segundo a fundação, somam com evidências que apoiam o uso da AstraZeneca como dose de reforço, independentemente do esquema vacinal primário adotado. A empresa AstraZeneca está submetendo as novas informações a autoridades de saúde.
Pesquisas
O estudo mostrou um aumento da resposta contra Beta, Delta, Alfa e Gama – usou amostras coletadas 28 dias após a aplicação da dose de reforço. A análise preliminar incluiu indivíduos que haviam recebido duas doses da AstraZeneca ou de vacina de mRNA, ao menos três meses após receberem a segunda dose.
O ensaio de Fase IV avaliou a segurança e a imunogenicidade de uma dose de reforço heteróloga da AstraZeneca, de uma vacina de mRNA (Pfizer/BioNTech) ou de uma vacina de vetor recombinante de adenovírus (Janssen).
Elas foram comparadas a uma dose de reforço homóloga da Coronavac em adultos no Brasil que haviam recebido previamente duas doses desta vacina, a Coronavac, nos seis meses anteriores. Entre 16 de agosto e 1 de setembro de 2021, 1.240 participantes foram escolhidos para receber a dose de reforço em São Paulo e Salvador.
Os primeiros resultados demonstram níveis não inferiores de anticorpos anti-spike IgG 28 dias após a dose de reforço no esquema heterólogo em comparação com o regime homólogo.