O Governo do Estado deve enviar nas próximas 72 horas mais anestésicos para São Carlos (SP). A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Saúde, Marcos Palermo.
Nesta sexta-feira (26), a Santa Casa de Misericórdia informou que conseguiu alguns anestésicos emprestados de outros hospitais da região para manter o atendimento dos 60 pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O pequeno estoque deve aguentar até domingo (28), quando a cidade deve receber mais medicamentos do governo estadual. Segundo o secretário de saúde, a quantidade será suficiente para os próximos 15 dias.
“A Santa Casa já recebeu alguns medicamentos que darão para três ou quatro dias, e também o Governo do Estado vai estar se manifestado em assembleia, conforme foi informado a nós, e a gente consegue abastecer para mais 15 dias o estoque de medicamentos. Essa é a informação no momento”, disse.
Mesmo com a chegada dos insumos, os pacientes continuarão regulados na Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), onde aguardam transferências para outros hospitais.
“Nós só vamos suspender os pacientes do sistema Cross quando a gente tiver uma segurança de que esses pacientes não serão prejudicados. Nós temos que lutar pela vida, não podemos abandonar essas pessoas. Isso é falta de planejamento, de organização”, completou Palermo.
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E se não chegar?
O diretor técnico da Santa Casa, Vitor Marin, explicou que caso novos anestésicos não cheguem, o hospital deve adotar protocolos alternativos com medicamentos de segunda linha para minimizar o impacto para o paciente, mas esses também estão em falta no mercado nacional.
“Vai chegar um momento em que não teremos alternativas. Se caso não tenhamos condições de manter um paciente em ventilação mecânica, ele não será intubado e nós oferecemos medida de suporte, para que ele não sinta dor e melhore seu desconforto respiratório. Infelizmente pode ser a única alternativa que teremos em breve”, disse.
Marin ainda ressaltou que diante da atual situação, a unidade hospitalar é favorável a adoção de medidas mais restritivas com o intuito de diminuir o número de casos e óbitos, mas que é preciso mais.
“Acreditamos que isso não é o suficiente, é necessário ampliar acesso à vacinação apara a população, assim como propiciar que essa mesma população fique em casa, não se aglomere e tenha condições de minimamente subsistência”, completou.
O novo decreto com medidas mais restritivas que incluem a proibição de drive-thru e multas de R$ 10 mil para aglomerações entra em vigor neste sábado (27). Veja as mudanças clicando aqui.