Uma história com final feliz. Desta forma a equipe médica da Santa Casa de Rio Claro (SP) define a passagem de Damiana Lima, de 38 anos, pelo hospital. Grávida de 7 meses, a mulher foi diagnosticada com Covid-19, precisou ser internada e deu à luz intubada.
Na segunda-feira (9), 10 dias após o parto da pequena Laura, a mãe pode ver pessoalmente a filha, que continua internada no hospital por ter nascido de forma prematura.
“Ter minha filha nos braços é um milagre. Não tenho palavras para expressar todo o amor, toda a força, tudo o que a Santa Casa fez pela nossa vida. Eu nunca tive um plano de saúde, mas, posso dizer que vendo tudo o que eu vi, mesmo que eu tivesse, eu escolheria vir para cá de novo. Devo a nossa vida a esses médicos e enfermeiros, são anjos tocados por Deus”, disse a mulher.
Infectada na gestação
Na primeira quinzena de fevereiro, no 7ª mês de gestação, Damiana que já é mãe de duas outras meninas, começou a sentir dores no corpo, espirros e uma leve febre. Alguns dias depois, apareceu a tosse que foi se agravando ao longo dos dias, até que recebeu o resultado positivo para Covid-19. Ela não tem comorbidades.
No dia 25 de fevereiro, a gestante foi internada na Santa Casa e, de acordo com a equipe médica que atendeu o caso, os protocolos adotados foram diferentes do padrão, já que alguns medicamentos usados em pacientes adultos poderiam fazer mal à criança.
“Fui recebida com muita atenção, mas, meu corpo não reagia e fui tomada por uma sensação de profundo desespero, cheguei a ficar desenganada e só pensava que queria que salvassem minha filha”, disse Damiana.
Parto intubada
Dois dias após a internação, a mulher ligou para o marido e pediu que ele rezasse por ela. “Fiquei em choque. Eu tinha que acompanhar de longe e aguardar os boletins diários, eu mal conseguia comer”, contou José Inácio Lima.
No mesmo dia, ao perceberam uma piora significativa nos exames de Damiana, o corpo clínico decidiu pela cesariana. “Não dava mais para esperar. Um minuto a mais e perderíamos as duas”, disse a médica Giovana Cartolano, responsável pelo parto junto com o médico Fernando Savoy.
Segundo o hospital, toda a equipe da Santa Casa foi mobilizada para a cirurgia emergencial e a gestante foi intubada.
Após o parto, a mulher foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid para o tratamento do vírus, onde permaneceu durante sete dias e a pequena Laura foi encaminhada para a UTI Neonatal.
Lima acompanhou todo o processo e contou que Laura nasceu quietinha. “Parecia que estava morta, mas depois do oxigênio ela começou a se mexer. Dois dias depois já não estava mais intubada e agora foi transferida para o berçário”, contou aliviado.
Reencontro
Quando Damiana acordou, já haviam se passado sete dias após o parto. “Parecia que tinha acabado de acontecer, eu pedi para ver minha filha, foi quando soube de tudo”, declarou. Ainda em recuperação, ela só pode conhecer Laura por vídeo-chamada.
Somente nesta sexta-feira (19), mãe e filha puderam se ver pessoalmente pela primeira vez. “Laura quer dizer guerreira e é isso que ela é, nossa guerreira”, disse Damiana.
*Com informações do G1 São Carlos e Araraquara.