Um levantamento feito pela CBN apontou que 331 profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia foram contaminados pela Covid-19 em São Carlos (SP). Os dados são dos setores público e privado do município e correspondem ao período entre março de 2020 a fevereiro de 2021.
A maioria dos casos foi registrada na Santa Casa de Misericórdia, principal hospital de combate ao coronavírus. Ao todo, 105 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos e trabalhadores do setor administrativo, foram infectados. A quantidade representa 5% do total de profissionais.
Já no Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), segundo centro de saúde mais importante da cidade no combate a pandemia, 65 funcionários foram contaminados.
Na rede privada de saúde, 84 profissionais tiveram Covid-19. Destes, 77 são funcionários da Unimed, onde há internação em enfermarias e UTIs, quatro são da rede Nordem e três são do pronto atendimento da rede São Francisco.
Entre os servidores públicos municipais, foram 77 profissionais contaminados pelo novo coronavírus. No Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 15 precisaram se afastar por causa da Covid-19, sendo que um operador de rádio e um médico chegaram a ficar internados em estado grave na UTI.
Relatos
O médico Renato Rizolli conta que foi diagnosticado com Covid-19 em setembro, durante um exame de rotina quando ainda não apresentava sintomas. Porém, dias depois ele começou a ter falta de ar. O médico ficou 21 dias na UTI, 14 deles intubado.
“No começo foi falta de ar para fazer pequenas coisas como subir escadas de casa, quando aumentaram a partir do 12º, eu fui para o hospital e fiz uma tomografia e deu 50% de comprometimento dos pulmões. Nisso, quando saí do hospital, não andava e não conseguia fazer nada sozinho. investi bastante em fisioterapia, natação e fui melhorando”, comentou.
Renato, que está morando em outra casa, isolado dos filhos e da esposa desde o início da pandemia, foi um dos primeiros profissionais da saúde de São Carlos a ser vacinado. Ele não teve nenhum tipo de reação e deve tomar a segunda dose na próxima semana.
“O mais importante é o distanciamento, isolamento social para quem pode, uso de máscaras, higiene na rua e lavar bem as mão sem casa. É o mais importante para tentar evitar o máximo de contaminação ao mesmo tempo de outras pessoas porque a gente não consegue atende todo mundo de uma vez”, disse.
