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CoronavírusMaterial sintetizado na UFSCar age contra a Covid, diz estudo

Material sintetizado na UFSCar age contra a Covid, diz estudo

Além das aplicações como virucida, afirmam os autores, o novo material também pode ser utilizado em sensores que alertem sobre o risco de transmissão do Sars-CoV-2 em ambientes fechados

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Pesquisa encontra molécula que bloqueia o novo coronavírus. (Foto: Niaid)

Um material com potencial de eliminar o vírus da Covid-19 em superfícies e, além disso, combater complicações inflamatórias da doença in vivo foi descrito por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), em São Carlos, em artigo publicado na revista Scientific Reports.

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O grupo se baseou em um estudo publicado em 2020, na revista Nano Today, que apontou hipoteticamente o potencial terapêutico da nanocéria (nanopartícula de óxido de cério) em reduzir a progressão sistêmica de complicações inflamatórias causadas pela chamada “tempestade de citocinas” fruto da resposta exacerbada do sistema imune ao vírus Sars-CoV-2.

Os pesquisadores do CDMF um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) decidiram fazer a síntese de sistemas híbridos compostos pela nanocéria e por uma matriz polimérica, neste caso específico, a celulose microcristalina, pela sua facilidade de obtenção e baixo custo.

O estudo detectou por meio de espectroscopia a presença das espécies de defeitos necessárias para a atividade virucida dos sistemas híbridos, que se correlacionam também à capacidade multifuncional desses sistemas, permitindo aplicações diversas, indo da detecção de atmosferas gasosas ao armazenamento de energia.

“Temos um material com elevadíssimo potencial multifuncional. Entre as aplicações estão a eliminação do vírus em várias superfícies e, possivelmente, a administração in vivo para redução das complicações inflamatórias”, conta Leandro Silva Rosa Rocha, bolsista de pós-doutorado da Fapesp e primeiro autor do estudo.

Para a síntese dos sistemas híbridos, Rocha conta que usou a rota hidrotermal assistida por micro-ondas. O material foi em seguida caracterizado por técnicas diversas, como difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura e transmissão de alta resolução. Também foram feitas análises espectroscópicas parte delas por meio de uma parceria entre o CDMF e os pesquisadores argentinos Miguel Ponce, da Universidad Nacional de Mar del Plata, e Alberto Somoza, da Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires.

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Além das aplicações como virucida, afirmam os autores, o novo material também pode ser utilizado em sensores que alertem sobre o risco de transmissão do Sars-CoV-2 em ambientes fechados.

“Esse material também funciona como um sensor de dióxido de carbono [CO2]. Portanto, pode ser empregado no desenvolvimento de detectores que indiquem a alta concentração desse gás em ambientes fechados, um indicador do risco de transmissão do vírus pelo ar”, explica Rocha.

As etapas futuras da pesquisa incluem experimentos para comprovar a propriedade virucida da nanoestrutura. Caso confirmada, testes futuros para a viabilização da produção de materiais comerciais ou dispositivos serão também realizados.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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