BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – O uso obrigatório de máscaras não deve levar em conta apenas a vacinação, afirmou nesta sexta (14) a OMS, ao responder a uma pergunta sobre a decisão dos Estados Unidos de liberar pessoas completamente imunizadas de portar o equipamento e de respeitar distanciamento físico.
Quem está vacinado “pode voltar a fazer as coisas que deixou de fazer por causa da pandemia”, disse Rochelle Walensky, diretora do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). A medida alcança 108 milhões de residentes nos EUA já completamente imunizados, de acordo com o CDC.
Ainda que vacinas reduzam doenças graves, hospitalizações e mortes, elas não têm 100% de eficácia, e usar ou não máscaras não depende da imunização, mas do grau de circulação do vírus, disse o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan.
“É fundamental levar em conta a transmissão comunitária [quando a circulação do vírus em um território independe da chegada de pessoas de fora infectadas]” antes de relaxar medidas antitransmissão, disse ele.
A transmissão comunitária nos Estados Unidos está em nível laranja (o segundo maior entre cinco graus possíveis), de acordo com o acompanhamento do CDC, e chega ao vermelho em 11 estados, entre eles Flórida, Pensilvânia, Illinois, Michigan e Colorado.
Austrália e Nova Zelândia foram citadas como exemplos de como a decisão sobre máscaras está dissociada do estágio de vacinação. Mesmo sem campanhas de imunização avançada, esses países conseguiram suprimir a transmissão do coronavírus, o que permitiu evitar restrições.
“A circulação do vírus é a questão-chave, e por isso as pessoas podem prescindir da máscara nesses locais”, afirmou a líder técnica para Covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove. “A pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos manter os cuidados básicos para salvar vidas.”
O PL propõe que os tributos indevidamente recolhidos pelas distribuidoras de energia no passado sejam devolvidos ao consumidor em forma de redução na tarifa
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Os dados recentes americanos mostram uma redução de 13,2% no número de novos casos diários, mas ainda num patamar alto: 52.772, considerando a média dos sete dias anteriores, segundo o CDC.
Comparados com o pico, de janeiro deste ano, a queda é considerável -81,6%-, e o centro vinha sendo pressionado por políticos, empresários e médicos a relaxar medidas para os imunizados, para incentivar a vacinação.
Em outros países em que a imunização completa garante concessões, como Alemanha, houve alta na procura pelas injeções, mas também cresceu o risco de atestados falsos, segundo a polícia alemã.
Para o epidemiologista Bruce Aylward, consultor sênior da OMS, “manter a transmissão no menor nível possível é crucial até mesmo para assegurar os avanços conquistados com a vacina”.
Tedros Ghebreysus, diretor-geral da organização, chamou também de “catástrofe moral” o anúncio feito por países ricos de que estão prontos a vacinar crianças e adolescentes -caso dos Estados Unidos, que vão imunizar crianças a partir de 12 anos.
“Enquanto isso, países pobres não conseguiram proteger nem mesmo seus profissionais de saúde, e apenas 0,3% das vacinas aplicadas até agora foram para esses países”, disse ele.
Ghebreysus voltou a pedir que as nações mais ricas adiem a imunização dos grupos de baixo risco e doem seus fármacos à Covax -que os distribui aos países mais necessitados.