Membros da gestão da saúde municipal e vereadores se reúnem nesta quinta-feira (6) na Câmara Municipal de São Carlos para discutir as ações de governo para conter a demanda por atendimento médico, diante do aumento do número de casos de Covid e surto de Influenza.
A reunião acontece nesta manhã. Nela, o secretário de Saúde, Marcos Palermo, deve pôr na mesa propostas para o enfrentamento do repique da pandemia e o surto, que ocorrem em simultâneo e pressionam o sistema de saúde.
Ontem, no primeiro dia da reabertura do Centro de Triagem no Ginásio “Milton Olaio Filho”, houve lotação. Pacientes com gripe, Covid e outras síndromes gripais se acumulavam diante do prédio. Na rede privada, a situação não foi diferente.
O secretário espera poder conseguir recursos com outros setores da Prefeitura para ampliar para os assintomáticos a testagem de Covid-19. A medida é indicada por especialista como forma de poder isolar pessoas que têm a doença e a disseminam pela comunidade sem saber seus status sorológicos.
Em Araraquara, por exemplo, há política de testagem de assintomáticos. Por lá, são aplicados 300 testes rápidos na população em pontos determinados pela Prefeitura. Por aqui, Palermo planeja oferecer o serviço “esporadicamente”.
“Nós vamos fazer ações para testagem de assintomáticos esporadicamente, como nós estamos fazendo as campanhas de vacinação nos bairros, necessitamos fazer essa testagem espontâneas nos bairros da mesma forma”, afirma.
Sobre a comparação com a cidade vizinha, o secretário da Saúde afirmou que Araraquara vive uma situação diferente, em que pese ter testagem de sintomáticos 67% maior do que São Carlos. “Araraquara tem a ômicron já circulando na cidade. E o número de positivados deles é bem maior do que o nosso, por enquanto”, opina.
Segundo o projeto Our World in Data, mantido por pesquisadores da Universidade de Oxford, a variante ômicron é responsável por 58,33% das contaminações por Covid no Brasil. Já a delta, tem 47,67% dos casos. Os números correspondem a amostras analisadas até duas semanas antes do dia 27 de dezembro.
Para o secretário, as ações da pasta em andamento são adequadas à atual situação epidemiológica da cidade. Com a testagem de assintomáticos, a expectativa de Palermo é monitorar mais de perto a evolução do número de casos da doença e afinar as ações do setor.
“Outro fator importante, não é somente a testagem, é o dimensionamento e as ações de bloqueio para as pessoas contaminadas e orientá-las de forma que não deixe as pessoas circulando. Outro detalhe são as vacinas. As pessoas têm que se vacinar, para poder termos uma maior taxa de imunização”, comenta.
O secretário da Saúde afirmou ainda que “se necessário” vai abrir novas vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no município. Atualmente, a Santa Casa é o único hospital que dispõe do serviço para pacientes com Covid no Sistema Único de Saúde (SUS). Ontem, a taxa de ocupação estava em 90%.
“Se pegarmos o percentual de contaminação versus a taxa de ocupação é bem pequeno, dá para a gente contornar. É que temos só dez leitos. Temos [outros] 54 leitos. Se precisar ampliar, amplio neste momento”, afirma.
No ano passado, São Carlos teve dificuldades assim como outros municípios do país em contratar médicos, comprar medicamentos e mobilizar infraestrutura para atender alta repentina no número de internações por Covid-19.