SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, subiu o tom numa conversa com clubes brasileiros e deixou clara a sua intenção de não paralisar quaisquer campeonatos nacionais neste momento da pandemia.
Em reunião virtual no dia 10 de março com dirigentes, Caboclo reafirmou sua posição pela continuidade do futebol nacional e usou a Rede Globo e os patrocinadores como munição para pressionar as agremiações, que teriam as receitas congeladas em caso de paralisação.
A informação foi publicada pelo jornal O Dia, acompanhada de um vídeo do encontro do presidente da CBF com dirigentes das equipes.
“Por gentileza, vamos pensar agora: nós podemos parar o futebol? A Rede Globo não quer. Ninguém quer [parar o futebol], seus patrocinadores não querem. E se parar sabe quando nós temos a segurança de dizer que a gente pode voltar? Nunca”, disse Caboclo.
“Eu vou mandar no futebol brasileiro e vou determinar que vai ter competição e que vocês estão fodidos se não tiver [competições]”, afirmou o presidente da CBF.
A Folha procurou a Rede Globo, mas ainda não recebeu retorno por parte da emissora.
Logo após a fala de Rogério Caboclo, o mandatário do Palmeiras, Mauricio Galiotte, pediu a palavra e sugeriu que a conversa sobre a continuidade do futebol fosse adiada. Segundo o dirigente alviverde, “a discussão [sobre a disputa dos campeonatos] é um pouco mais ampla”, e finalizou sua intervenção na reunião.
Caboclo recebeu elogios do presidente do Avaí, Francisco Battistotti, pela posição sobre a continuidade das competições.
A Federação Paulista de Futebol, horas depois de afirmar nesta segunda (22) que acataria a determinação do governo estadual pela paralisação do campeonato até o dia 30, conseguiu levar o duelo entre Corinthians e Mirassol para Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A partida será disputada nesta terça (23).
Rogério Caboclo queria aproveitar a viagem de clubes ao município fluminense para dar continuidade à Copa do Brasil, mas a prefeitura de Volta Redonda afirmou que não receberia jogos da competição nacional. Os compromissos com a Federação Paulista, disseram as autoridades municipais, já estavam adiantados.