Um almoço entre 16 familiares, sete diagnósticos positivos para Covid-19 e dois com sintomas graves. Uma dessas pessoas era Renata Costa, de São Carlos (SP), que chegou a ter um pulmão comprometido pela doença. Agora, ela tenta alertar sobre o perigo das “simples comemorações”.
Tudo começou no dia 24 de abril, quando seu tio caminhoneiro casou no civil e resolveu fazer um almoço comemorativo com dez tios e seis primos. Dias depois, o desespero: Renata começou a passar mal e foi positivada em 30 de abril.
Os sintomas pioraram ainda mais em poucos dias, e no dia 7 de maio a estudante de Técnico em Enfermagem precisou ser internada em um hospital particular da cidade. O pior dia veio o seguinte, quando se sentiu mais cansada e já não conseguia conversar.
“Eu lutei muito para não ser intubada. Entrou uma enfermeira no meu quarto e falou: como você está cansadinha. Luta para você não ser intubada, porque se você pedir para aumentar o oxigênio, você vai ser. Dali, eu fiquei os dias lutando, eu, o meu Deus e meu pulmão esquerdo”, contou.
No dia 9, a enfermeira informou que diminuiria seu oxigênio, notícia que trouxe ainda mais medo. “Ali eu comecei a entrar em desespero por conta do sofrimento que passei no sábado, comecei a clamar a Deus para que não aumentasse, só abaixasse, e ali eu fui ouvida por Ele”, desabafou.
Veja mais notícias de São Carlos e região clicando aqui
Toda a luta deu resultado. No dia seguinte, a mulher teve alta e passou a se recuperar em casa. “Eu não sabia da gravidade que estava, fiquei sabendo na semana passada, na última sexta-feira (14), quando passei no médico, que o vírus tinha tomado meu pulmão direito”, disse.
A situação a fez refletir sobre o almoço e a vida. Naquele momento de descontração e alegria, a família não sabia que passaria por dias difíceis à frente. “A gente não sabe quem estava contaminado. Tinha o meu tio, que é caminhoneiro, tinha um outro que não estava tão bem. Não sei se alguém estava e passou pra minha tia ou se alguma delas já estava”, comentou.
Sua filha e o pai da menina não foram contaminados, mas o filho testou positivo e teve sintomas leves. Segundo Renata, o medo tomou conta da situação. “O medo me tomou muito grande. O médico pediu para a gente se cuidar porque não sabemos se vamos pegar de novo ou não. Eu não vou sair enquanto não tomar a vacina”, comentou.
Com o relato, ela busca conscientizar quem ainda acredita que as comemorações, festas e reuniões não trazem risco a todos. “A gente não deveria ter feito esse almoço, devia ter ficado cada um na sua casa. Queria alertar principalmente os jovens para não ficar fazendo festas e respeitar os pais”, finalizou.