São Carlos (SP) teve, nas últimas duas semanas, 63% mais novos casos de Covid-19 para cada 100 mil habitantes do que Araraquara (SP). A comparação foi feita com base nos números da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
Nos últimos 14 dias São Carlos teve 765,4 novos casos para cada 100 mil habitantes, enquanto que Araraquara registrou 468,3. As duas cidades, porém, apresentaram tendências diferentes nos últimos sete dias. Os números de São Carlos apontam para queda de 2,4%, enquanto que Araraquara teve alta de 30,7%. Vale lembrar que Araraquara é recém-saída de um confinamento rigoroso em que poucos serviços essenciais funcionaram.
Outro dado apresentado pela Fundação Seade é o total de novos óbitos para cada 100 mil habitantes. A contabilização sobre base de 100 mil habitantes permite a comparação do número de mortos entre municípios com populações de tamanhos diferentes, como os casos de São Carlos e Araraquara.
São Carlos teve, nos últimos sete dias, 43,8% de aumento do número de mortos por Covid-19, enquanto que Araraquara teve decréscimo de 37%.
Na região, a média móvel de internações voltou a subir nos últimos dias e quase igualou o pico de fevereiro. Na terça-feira (23), a média foi de 61 novas internações por dia. Em 24 de fevereiro, a razão chegou a 62.
O número reflete a trajetória de alta nos novos casos reportados pelas prefeituras. Em 27 de fevereiro, a Fundação Seade reportou média móvel diária de 444 novos casos. O número baixou para 366 em 12 de março e voltou a subir para 424 na última terça.
Em termos gerais, na última semana, houve aumento de 9,6% na contagem de novos casos na área do Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS-3). Em um mês, foram 11.440 novos casos de Covid-19 nos 24 municípios.
Em meio a alta, vereadores indicam “kit Covid”
Neste que é o pior momento da pandemia de Covid-19 no país, segundo epidemiologistas, vereadores de São Carlos fizeram a defesa do “kit Covid”, tratamento precoce sem comprovação científica. Para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de São Carlos, Lucão Fernandes (MDB), “médicos renomados estão chamando a responsabilidade para adotar esse procedimento”. Indicações a “tratamentos precoces” são rechaçadas por especialista e também pela Associação Médica Brasileira (AMB).
“Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”, diz a associação.