São Carlos tem registrado, em média, 10 pessoas com síndrome gripal na fila de espera por hospitalização. Na próxima segunda (21), o município completa um mês com registro oficial de fila de espera.
Ontem (16), São Carlos teve o segundo maior registro de fila de pacientes esperando por vagas em hospital, com 15 pessoas. A maior espera, contudo, foi contabilizada em 25 de janeiro, data em que 16 aguardavam por hospitalização. A cidade conta com 10 leitos de UTI e outros 4 de enfermaria.
A taxa de ocupação de leitos de UTI em 2022 tem ficado em 97,5%. Em 23 boletins epidemiológicos dos 32 divulgados desde o começo do ano a taxa de ocupação estava em 100%.
A falta de vagas na cidade, tanto para UTI quanto enfermaria, tem feito com que pacientes locais sejam hospitalizados em outras cidades, como Araraquara. Na “Morada do Sol”, por exemplo, na média, sete pessoas de São Carlos ocupam leitos ao dia.
Novela sem fim
A abertura de novos leitos de UTI tem sido uma verdadeira novela envolvendo Prefeitura, Estado e Ministério da Saúde. O assunto tem sido debatido em diversas reuniões com todos os atores da saúde municipal, com a conclusão de que são necessários novos leitos. Mas não há quem paga a conta.
O governo do Estado, por meio do Departamento Regional de Saúde de Araraquara, liberou abertura novos leitos, mas no Hospital Estadual de Américo Brasiliense. Em São Carlos, nem uma gestão da Câmara Municipal junto ao secretário Jean Gorinchteyn possibilitou a abertura de novos leitos. Apesar da média de 10 pacientes esperando por dia, a gestão Doria não vê demanda que justifique o gasto, segundo a DRS-3.
Em meio ao jogo de empurra, o Ministério da Saúde liberou cinco novos leitos de UTI Covid a serem instalados na Santa Casa de São Carlos. As vagas seriam utilizadas para pacientes com alta gravidade.
Apesar de tudo pronto para operar, os leitos não são colocados em liberação devido ao fato de os recursos do governo federal não terem sido depositados, afirmam hospital e Prefeitura. Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Sem dinheiro, a Santa Casa não arrisca pôr em operação os leitos sem a previsão de pagamento. A Prefeitura, por outro lado, espera que o governo federal cumpra a promessa.