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CoronavírusSugerido em outubro, lockdown inteligente pode ser adotado em São Carlos

Sugerido em outubro, lockdown inteligente pode ser adotado em São Carlos

Proposta feita pelo Comitê Independente de Combate ao Coronavírus (Comind) estabelece busca ativa de contactantes com pacientes positivos e testagem em massa para bloqueio de focos da doença

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Prefeitura pode usar testagem de contactantes para bloquear focos do coronavírus. Foto: Divulgação/Prefeitura de São Carlos

Seis meses após a apresentação, uma proposta do Comitê Independente de Combate ao Coronavírus (Comind) pode sair do papel nas próximas semanas. O projeto visa um “lockdown inteligente” na cidade, em que somente são confinadas pessoas positivadas ou que tiveram contato com contaminados pela Covid-19.

Segundo o secretário de Saúde, Marcos Palermo, nesta semana a equipe técnica da pasta e membros do Comind deverão se reunir para discutir a viabilidade da proposta. A ideia é formatar um projeto, apresentá-lo ao prefeito Airton Garcia (PSL) e então abrir espaço no Orçamento para cobertura das despesas com testes.

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“Testes custam dinheiro, mas acho que conseguiremos fazer um trabalho diferenciado nessa questão e trabalhar em cima disso, fazendo um bloqueio de contactantes e assintomáticos”, afirma.

A iniciativa de ouvir o comitê mostraria uma abertura da Secretaria ao diálogo com diferentes grupos. Porém, questionado sobre a demora em colocar em prática o plano proposto, Palermo afirma que entre outubro e novembro a realidade era diferente.

“Chegou novembro, quando começamos com o Centro de Triagem de Síndrome Respiratória, foi justamente na perspectiva porque já via a sinalização de que poderia ter uma evolução. Chegou dezembro e continuou estagnado. Em janeiro subiu, foi isso que aconteceu”, relata.

Apresentada à Prefeitura em duas ocasiões, a proposta visa rastrear indivíduos que estiveram com pessoas que testam positivo para Covid-19. Segundo Mário Casale, representante do Comind, a ideia é aplicar um questionário aos positivados buscando possíveis novos casos.

Segundo o empresário, a proposta trabalha em duas frentes. Uma delas é a da busca ativa dos contactantes. Uma possível parceria com o curso de medicina da UFSCar disponibilizaria os estudantes para o contato com os pacientes. A partir de então, as pessoas com suspeitas de terem sido infectadas serão testadas. Com o resultado dos testes em mãos, os positivados são colocados em quarentena.

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“O que acontece é que a pandemia segue seu rumo, principalmente, por pessoas pré-sintomáticas ou assintomáticas. São essas pessoas que passariam o vírus para frente “, observa.

Na mesma frente, estatísticos trabalhariam com os dados coletados pelos estudantes para que epidemiologistas entendam para onde, como e em qual velocidade a epidemia está evoluindo.

Noutro front, explica Casale, estaria a comunicação, com trabalho focado na divulgação do plano e na conscientização. “A ideia é que façamos de forma que fique claro para a pessoa que está recebendo a ligação entenda que aquilo é algo oficial e não um trote”.

Aumento de testes na cidade
Caso seja colocado de pé, o plano exigiria maior realização de testes RT-PCR. No mês de março foram realizados, via Sistema Único de Saúde, 6.170 testes de Covid-19, dos quais 2.428 tiveram resultados positivos. Se cada um destes positivados tivessem quatro contatos chamados para testes seriam mais 9.712 exames feitos. Se estivesse em ação no mês passado, o total de PCRs feitos em São Carlos seria de 15.900, aproximadamente. Esse volume representa 2,5 vezes o realizado, o que implicaria custos para o município.

“A questão é que em um primeiro momento aumenta a quantidade de testes, no entanto, como estaríamos segurando as pessoas que descobriram a Covid, a curva epidêmica reduz, assim como o número de pessoas que pegariam a doença. No final das contas, a Prefeitura até economizaria com os testes”, vaticina.

Para Casale, São Carlos “estaria em outro patamar” caso o plano tivesse sido adotado no ano passado. “Não tenho dúvidas de que poderia ter salvado muitas vidas e economizado dinheiro”, reflete.

Novas medidas adaptadas à realidade local
Um dos idealizadores da proposta, o professor de medicina da UFSCar e epidemiologista Bernardino Alves Souto, afirmou que o município não pode se limitar somente a seguir à risca o que estabelece o Plano São Paulo.

“Se continuarmos a seguir o Plano São Paulo, são esperados muitos doentes e mortos por Covid-19 na região, o que poderá ser evitado ou minimizado se a proposta apresentada for colocada em prática”, comenta.

O docente disse ainda ser necessário, para além da testagem, bloqueio sanitário, medidas de confinamento e subsídios às pessoas que forem prejudicadas.

Procurado, o Departamento de Medicina da UFSCar se manifestou sobre a proposta de voluntariado de alunos do curso de medicina. O órgão afirmou que tem conhecimento do projeto, que está em fase de avaliação, mas “oficialmente ainda não há uma parceria firmada com relação a isso”.

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