Ainda no meio da situação pandêmica causada pelo novo vírus SARS-Covid19, onde os desafios para poder acolher e tratar todos os contaminados são imensos, os cientistas já se deparam com outros desafios: o tratamento dos pacientes pós-Covid.
Ao longo deste ano de pânico e preocupação com a contaminação, todo o mundo já constatou que não se trata de uma “gripe”, onde em algumas semanas pós-infecção as pessoas ficam zeradas e retomando suas vidas normalmente.
No caso da COVID, tem ocorrido sequelas deixadas que podem se prolongar por muito tempo, caso as mesmas não deixem suas marcas com caráter permanente.
Os chamados “sobreviventes da COVID” estão sujeitos a diversos problemas de naturezas várias. Além disto, aqueles que precisam de internação também estão sujeitos aos efeitos de uma pós-hospitalização.
Começando por aqueles que são hospitalizados, a imobilização prolongada durante a internação causa escaras (profundas feridas causadas pela pressão do corpo no leito), uma enorme perda muscular com comprometimento motor, diminuição da capacidade respiratória, dores diversas e problemas de memória, dentre outros sintomas.
Durante a hospitalização é necessário a realização de uma boa fisioterapia no leito, da melhor forma possível.
O nível desta fisioterapia dependerá da situação do paciente se está totalmente sedado em uma UTI, ou se está num processo de hospitalização leve.
Quando for uma hospitalização leve, o próprio paciente pode ajudar nos exercícios básicos, auxiliando a ação de um fisioterapeuta, mas, no outro caso, é necessário o uso de apoio externo com o auxílio de novas tecnologias disponíveis.
O uso da laser-terapia pode ajudar muito neste processo, pois após décadas de intensas e sucessivas experiências na chamada “reabilitação fotônica”, o método pode ajudar a dar um grande ganho ao paciente. Tratar o paciente enquanto hospitalizado já ajuda muito, evitando complicações no período de imobilização e mesmo nas consequências da doença.
Para os pacientes que já venceram a hospitalização, ou que, por outro lado, nunca estiveram no hospital, em muitos casos há necessidade de se proceder a uma reabilitação intensa para evitar as sequelas. Apesar de ainda não se saber tudo o que pode ocorrer, as reclamações de quem teve Covid e não foi hospitalizado são constantes.
A laser-terapia já é bem estabelecida, aprovada pelos diversos órgãos regulatórios: ANVISA no Brasil, FDA nos EUA e em praticamente todos os órgãos oficiais no mundo, e tem sido uma excepcional adição nos tratamentos onde se busca redução de dor devido a processos inflamatórios.
Além disto, os efeitos da laser-terapia no tratamento dos edemas, aumento da regeneração tecidual, estimulo às funções neurológicas e regeneração, remineralizarão óssea, aumento da tolerância dolorosa com liberações de endorfinas e auxilio à circulação, são efeitos altamente desejados para a reabilitação dos pacientes pós-Covid e que tenham sintomas diversos deixados pela doença.
Em alguns países, já houve mesmo relatos do uso da laser-terapia para auxiliar a desinflamação pulmonar. Muitos dos aparelhos de laser-terapia foram desenvolvidos em São Carlos, sendo que aqui na cidade estão sediadas as melhores empresas deste ramo e é de certa forma natural que existam, aqui, iniciativas para produzir dispositivos e protocolos que auxiliem estas reabilitações dos pacientes.
O Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do IFSC/USP e desenvolvedor de tecnologias reabilitadoras a laser, está agora promovendo a formação de grupos de trabalho e parcerias com empresas para acelerar tecnologias e protocolos que permitam tratar, de forma adequada, os pacientes acima mencionados.
Segundo Bagnato, “a tecnologia a laser permite acelerar processos regenerativos e auxiliar os pacientes pós-Covid, sendo nossa obrigação disponibilizar tudo isso, realizar ensaios clínicos com seriedade e disponibilizar estes equipamentos e protocolos para a sociedade. Temos que evitar os “achismos” e partir para os fatos, com base cientifica comprovada. Reuniões de grupos de trabalho e realização de ensaios terão seu inicio muito em breve, para que rapidamente todas as tecnologias desenvolvidas possam chegar a estes pacientes, com rapidez. Temos diversas tecnologias desenvolvidas com lasers, inclusive a combinação de laser com pressão negativa e com ação ultrassônica, que deverão ser essenciais no tratamento dos efeitos deixados pela Covid”, conclui Bagnato.