A confirmação da circulação da cepa Delta do novo coronavírus em São Carlos (SP) levanta na população dúvidas relacionadas aos sintomas da cepa. Afinal, para quem está infectado, há grandes diferenças entre a Delta e a cepa original?
A infectologista e professora de medicina Sandra Houly explica que há sim diferenças entre os vírus em circulação. A variante Delta, por exemplo, tem mais semelhanças com gripes e resfriados, doenças que atingem mais o trato respiratório superior.
Sintomas como coriza, dores de cabeça e de garganta podem acometer infectados pela Delta, além de febre e fadiga. “Qualquer sintoma semelhante deve ser considerado”.
De acordo com a professora, as diferenças entre a Delta e outras variantes do Sars-CoV-2 ficam nos sintomas do trato gastrointestinal e como a perda de paladar e de olfato.
“A transmissibilidade é muito alta e nós temos observado que as pessoas estão circulando mais as medidas de proteção individual estão tendo mais relaxamento e flexibilização. Com isso nós podemos ter aumento do número de casos, sim. É o momento de reforçar uso de máscaras, não relaxar nos cuidados para evitar a transmissão, inclusive entre os vacinados”, afirma.
A infectologista demonstrou preocupação com a disseminação de Covid entre grupos que não foram vacinados. A volta às aulas pode gerar novos casos entre crianças, uma vez que menores de 12 anos não foram imunizados, tampouco há vacinação prevista, uma vez que não existe vacina homologada para este público.
“Estamos em um momento de expectativa, pois estamos vendo aumento realmente de casos no país inteiro”, relata.
Independente da cepa em circulação, a população deve seguir o “mantra” repetido por dez entre dez especialistas: distanciamento, máscara, higiene, testagem e vacinação.
“A vacinação induz uma resposta muito boa, principalmente para os desfechos graves como internação e óbito. Então é importante a conscientização da população para a vacinação, para que tenham o esquema vacinal completo”, comenta.