Nem canadenses, nem indianos, nem americanos, nem chineses. A equipe de pós-graduandos brasileiros não deu chance alguma e conquistou os três prêmios que estavam em disputa no “McGill Physics Hackathon”, uma competição de programação aplicada à física que ocorreu nos dias 06 e 07 de novembro, de forma remota, promovida pela Universidade McGill, em Montreal, no Canadá.
O hackathon reuniu três dezenas de equipes oriundas de vários países que competiram entre si na área de programação, desenvolvendo e apresentando projetos para a resolução de problemas de física em apenas 24 horas, para um júri internacional previamente escolhido.
A equipe brasileira, constituída pelos alunos de pós-graduação Felipe Fontinele (mestrando na Universidade de Alberta-Canadá), Igor Reis (doutorando do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP), Pedro Henrique Cintra (mestrando UNICAMP), João Augusto (mestrando do IFSC/USP) e Vitor Dantas (mestrando do IFSC/USP), não deu qualquer chance às restantes equipes concorrentes, tendo conquistado a primeira posição na classificação geral, além do “Prêmio de Melhor Projeto em Astrofísica” e o “Prêmio Escolha Popular”.
Os integrantes do projeto foram contemporâneos na graduação na Universidade de Brasília e apresentaram uma simulação das órbitas de três corpos celestes (poderiam ser estrelas, buracos negros ou outros corpos celestes de massas grandes).
“O intuito dos projetos apresentados nesta competição não se baseava na dificuldade de cada um deles, mas sim na resolução de um problema específico da física que pudesse ser entendido por todos, e realmente nós nos superamos em todos os sentidos”, explica Igor Reis.
Para Pedro Henrique Pinheiro, o projeto “é o resultado de uma paixão que todos nós sentimos pela Física da Gravidade, principalmente no quesito das estrelas”, comenta o estudante.
Apontado como formulador da estratégia, Felipe Fontinele afirma que o projeto parte do ponto que o Universo conta com muitos sistemas constituídos por dois corpos, os de três objetos são mais raros. A partir disto, há maior dificuldade na compreensão de como eles se comportam.
“Nos sistemas com dois corpos você observa sempre órbitas simples, como círculos e elipses bem definidas, enquanto que nos sistemas com três corpos há órbitas muito complicadas e até mesmo caóticas: são fenômenos muito complexos”, explica Felipe.
O grupo recebeu como recompensas US$ 1 mil pelo primeiro lugar geral, US$ 400 pelo prêmio de escolha popular e valor equivalente para a compra de cinco telescópios. Os integrantes planejam guardas os valores para suas pós-graduações.