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CotidianoApós dissolver Lava Jato, Aras diz que força-tarefa só mudou de nome

Após dissolver Lava Jato, Aras diz que força-tarefa só mudou de nome

Grupo de procuradores da operação do Paraná anunciou fim do grupo que atuava na operação desde 2014.

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Procurador-geral da República, Augusto Aras Foto: Reprodução/TV Globo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após articular a dissolução do grupo que atuava na Lava Jato no Paraná desde 2014, o procurador-geral da República, Augusto Aras, classificou nesta quarta-feira (3) a medida como uma mudança de nome.
A equipe de procuradores foi dissolvida na segunda-feira (1º), mas alguns de seus integrantes migraram para o grupo de atuação especial de combate ao crime organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal para dar continuidade às investigações da operação.
 

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A medida é um marco no embate da equipe do Paraná com Aras, que entrou em rota de colisão com o grupo em 2020.
Também é simbólica por representar o fim de uma equipe que chegou a ser decisiva nos rumos da política nacional, mas que perdeu relevância e credibilidade nos últimos anos.
“Quem disse que foi posto fim à Lava-Jato? Isso não é verdade”, afirmou Aras ao deixar a sessão de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional.
 

“A verdade é que os Gaecos institucionalizam as atividades das forças-tarefas, que não tinham nenhuma institucionalidade. As forças-tarefas continuam no modelo institucional de Lava Jato, onde os membros são os mesmos, com garantias, inclusive, de mandato de biênio, onde existem projetos de início, meio e fim”, disse o chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República).
 

Os Gaecos são referências em combate ao crime organizado nos Ministérios Públicos estaduais e foram criados em 2013. Procuradores, no entanto, afirmam que sem a exclusividade que era proporcionada pelas forças-tarefas, se perde capacidade de investigação, ainda mais em casos complexos como a Lava Jato.
“Apenas se trocou o nome de uma força-tarefa para o Gaeco, que absorve a força-tarefa. Ou seja, tudo continua igual”, disse Aras, referindo-se não só a Curitiba como também ao Rio de Janeiro.
 

Em 2020, Aras manteve uma troca pública de críticas com procuradores da operação e chegou a afirmar em um evento virtual que era necessário que “o lavajatismo” não perdurasse no país.
 

O procurador-geral disse que, apenas em Curitiba, há 35 cargos comissionados ocupados por indicados pelos procuradores.
“Só isso revela que Curitiba, sozinha, com 35 servidores, procuradores e toda uma expertise, materiais e perícias mantem não só o que já tinha antes, como acresceu a sua capacidade de trabalho”, argumentou Aras.
Com a mudança, quatro ex-integrantes da força-tarefa parananese se juntam aos cinco membros do Gaeco no estado, formando um grupo de nove procuradores designados até agosto de 2022. 

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Destes, cinco continuarão atuando na Operação Lava Jato, mas apenas quatro não terão que cumprir obrigações em duas lotações de origem.
Sucessor de Deltan Dallagnol na coordeação do grupo, Alessandro Oliveira é um dos que continuarão no caso. Entre os que já integravam a força-tarefa, estão os procuradores Roberson Pozzobon, Laura Tessler e Luciana Cardoso Bogo. 

Outros dez membros da força-tarefa poderão atuar no caso até 1º de outubro de 2021, mas de forma eventual ou em procedimentos específicos.
“Mudaram-se alguns nomes, continuam alguns poucos nomes do passado, mas os procuradores não são estrelas. Procuradores são iguais, admitidos por concurso público e todos devem ter, presumivelmente, as mesmas capacidades de combater a corrupção”, disse Aras.
O procurador-geral da República afirmou que a mudança garantirá institucionalidade, acabando com o personalismo.
“Com a institucionalidade nós vamos evitar quaisquer condutas que possam haver, expor o próprio membro, a instituição, a sociedade e o Estado, na medida em que a institucionalidade promove segurança jurídica”, disse Aras.
 

O PGR disse ainda que, se a institucionalidade tivesse sido alcançada antes, teria sido evitada “uma série de desconfortos”.
Indagado pelos jornalistas se estava referindo-se às mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, Aras confirmou.
“Basicamente isso aí que você acabou de falar. Com institucionalidade você não tem lugar para ação fora da Constituição e das leis do país. Com a institucionalidade você tem segurança jurídica, só isso”, afirmou.
 

Na segunda-feira (1º), ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu o sigilo das conversas.
O conteúdo de novos diálogos foi incluído no processo pela defesa do ex-presidente Lula.  

O material tem, ao todo, 50 páginas. Parte dele é inédita.
Uma outra parte dos diálogos já tinha vindo a público na semana passada e revelava Moro orientando os procuradores sobre como apresentar a denúncia contra o petista no caso do tríplex do Guarujá.

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