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CotidianoAtletas de São Carlos abandonam jogo após técnico relatar racismo

Atletas de São Carlos abandonam jogo após técnico relatar racismo

Time perdia para Indaiatuba quando treinador disse ter ouvido ofensa de funcionária que faz a secagem da quadra; equipe adversária negou o ato em nota, mas a publicação foi excluída

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O técnico Jeferson Teixeira, do São Carlos, reclama com arbitragem ter sofrido racismo. Foto: Reprodução/Donas da Bola/Globo Esporte

Atletas da equipe de futsal feminino de São Carlos (SP) abandonaram a quadra após um relato de racismo sofrido pelo técnico Jeferson Teixeira durante a partida contra Indaiatuba nesta sexta-feira (2).

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A partida da Liga Paulista ocorria no Complexo Esportivo Morada do Sol, em Indaiatuba. O time da casa ganhava por 5 a 2, quando o técnico, que foi expulso por reclamação, deixou a quadra e a funcionária responsável pela secagem do piso teria praticado ofensas racistas com os dizeres: “se f* seu negro”.

O técnico relatou o acontecido ao árbitro, que pediu para que fosse registrado na súmula. Em seguida, a equipe decidiu abandonar o jogo e se retirou da quadra. “Estava saindo e essa menina me ofendeu e falou um monte de baboseira. Recolhi minha equipe porque não fazia sentido competir com uma equipe que tenha essa ideologia”, comentou. 

De acordo com a assessoria de imprensa da ASF/Unicep São Carlos, a comissão técnica acionou a Polícia Militar no local, mas a funcionária não foi encontrada, o que impossibilitou o registro da ocorrência.  Segundo o GE, pessoas que estavam no local informaram que ela estava trancada em um banheiro para não ser agredida. 

Em entrevista ao portal ACidade ON, a vítima relatou que o técnico da equipe adversária omitiu a informação de quem era a funcionária para a PM. 

O registro da ocorrência foi feito pelo técnico na tarde deste sábado (3), no Plantão Policial de São Carlos. Segundo Jeferson Teixeira, serão tomadas as medidas judiciais cabíveis por parte do time.

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Posicionamento excluído 
No início da manhã, após a equipe são-carlense emitir nota de repúdio nas redes sociais, a equipe adversária também emitiu uma nota para “esclarecer os fatos ocorridos”. No entanto, às 15h56 a publicação nas redes sociais havia sido excluída do perfil do time. Nada mais sobre o ocorrido foi publicado desde então.

No comunicado, o time alegou que a funcionária em questão não é uma atleta do time, “mas sim uma assídua voluntária do futsal”, e que “por um ato impulsivo comemorou o último gol da partida, que ocorreu enquanto ele se retirava”. “N.F. nega que tenha praticado qualquer ato análogo ao racismo e que apenas disse a seguinte frase: Boa Bia”, escreveu o time. 

 A Secretaria de Esportes de Indaiatuba também emitiu uma nota informando ser “totalmente contra qualquer ato racista e de desrespeito em qualquer uma de suas formas. Reforça ainda que aguarda a súmula da partida para embasar uma apuração e providências sérias e cabíveis.” 

Repúdio 
O Conselho Municipal da Comunidade Negra (CMCN) de São Carlos (SP) emitiu uma nota de repúdio diante do fato e prestou sua solidariedade ao técnico. 

“O CMCN, historicamente, sempre atuou de maneira a enaltecer valores como respeito, dignidade, equidade e igualdade, na luta por uma sociedade antirracista no sentido de combater essas estratégias de preconceito. […] Estaremos cobrando para que seja feita justiça”, escreveu.

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