Alunos da Escola Estadual “Sebastião de Oliveira Rocha”, de São Carlos, conquistaram o quarto lugar da Olimpíada Brasileira de Restauração de Sistemas, realizada pela WWF Brasil (sigla para Fundo Mundial da Natureza).
Os estudantes são-carlenses se destacaram dentre 9.269 inscrições em projeto para tornar a reciclagem de isopor viável. No projeto premiado, cinco alunos da escola estudaram como transformar placas de isopor descartadas em filamento para impressoras 3D.
O grupo de pesquisa, formado pelos estudantes Danyelle Pagadigorria, Nicoli Amaral Alves, Murilo Ribeiro Espolau, Pedro Henrique Milanetto e Thiago Luiz da Silva, demonstrou o potencial de transição do isopor para a matéria-prima desse tipo de impressão.
O projeto surgiu durante a aula eletiva chamada Homo plásticos. As aulas eletivas fazem parte do currículo das unidades do Programa Ensino Integral e são escolhidas pelos estudantes.
“Muitos não sabem que o isopor também é um plástico. Esse material não tem sua cadeia de reciclagem bem definida por conta de sua densidade, o que não traz valor econômico. Na aula eletiva, os alunos foram apresentados às suas características e ao potencial reciclável e, ainda, de gerar novos produtos, como a produção de filamento para impressora 3D, resultado desse trabalho”, explica a professora de química e orientadora do projeto, Bárbara Rodrigues.
A pesquisa despertou o interesse da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Lá, o grupo aprendeu todos os processos de reciclagem do isopor, desde a prensagem do material, para reduzir seu volume, passando pela moagem e depois pela extrusora, equipamento que produz o filamento.
A escola e comunidade foram envolvidas no projeto, recolhendo dez quilos de isopor e outros descartáveis plásticos, com o alerta da necessidade de sempre separar os resíduos orgânicos de não orgânicos e destiná-los a uma coleta seletiva.
“O projeto começou modificando a mentalidade das pessoas da escola e depois da comunidade, com atitudes pequenas como não jogar lixo na rua e separar os resíduos em casa. Aos poucos, podemos minimizar o impacto que estamos causando ao meio ambiente”, analisa a estudante Nicoli Amaral Alves.
Celeiro de jovens cientistas
Com dois outros produtos diferentes — um andador para idosos e cadeirinha de rodas para cachorros—, o Homo Plásticos ainda está na final do Prêmio Ciência para Todos, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com resultado na segunda quinzena de outubro, e o Liga Steam, da Fundação Ancelor Mittal e Fundação Tríade, esse com resultado que será divulgado em novembro.
Outros três projetos da escola também foram finalistas no Restaura Natureza da WWF-Brasil de 2023: um de restauro de um terreno público próximo à escola; outro de aquaponia (um sistema de reciclagem de água com peixes de aquário e de adubo para plantas) e, por fim, um projeto que evita o desperdício de alimentos da merenda.
Também com o isopor, um grupo de alunas verificou que era possível diluir o produto em óleo essencial de laranja e obter uma tinta plástica. O trabalho, intitulado Isocolor, ficou entre os dez finalistas nacionais do prêmio “Propostas para o Amanhã”, da Samsumg, e em segundo lugar na Feira Stem Brasil. Ambas as seleções aconteceram em 2022.
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