Comerciantes de São Carlos têm reclamado de pequenos furtos, aumento da criminalidade e falta de segurança na região da baixada do Mercado Municipal, no Centro.
Segundo relatos dos lojistas, muitos jovens e adolescentes se reúnem em frente à Praça do Mercado Municipal, onde abordam clientes e funcionários dos comércios para pedir dinheiro ou vender balas.
Porém, muitas abordagens não são pacíficas, já que, de acordo com os comerciantes, os jovens perseguem clientes e ofendem aqueles que não dão o dinheiro pedido.
“Se você passar e não der o dinheiro, eles te ofendem. Tem vezes que eles te xingam de tudo quanto é nome, é feia a coisa viu”, relatou a funcionária de uma loja de roupas, Jessyca Sampaio da Silva.
Muitas reclamações giram em torno da violência dos jovens, que acabam se desentendendo entre os membros do próprio grupo e causam confusões aos arredores dos comércios de rua.
LEIA MAIS
“Tem gente chorando”: usuários de UPAs reclamam de falta de “pronto atendimento”
“Eles brigam muito entre eles. Eles usam drogas e fica um mais violento do que o outro, aí começam a discutir e sair na violência física”, disse o funcionário de uma peixaria do Mercado Municipal, Diego de Souza Amorim.
Além das confusões geradas, os lojistas se preocupam com a imagem do local, visto que a violência na região tem afastado os consumidores. Dessa forma, os comerciantes temem que os clientes passem a dar preferência a outros centros de compra para não correr o risco de serem vítimas de furtos e abordagens violentas.
“O que está acontecendo é que esses jovens que ficam ali na frente, que não trabalham e ficam vendendo balas são os que mais causam problemas. E isso nos afeta, porque os clientes ficam com medo de entrar aqui no Mercado. Esse ano piorou essa situação, depois que o comércio voltou a abrir com a redução da pandemia”, contou Amorim.
Sem fiscalização
Dentre as principais reclamações dos comerciantes está a falta de segurança e fiscalização no local, visto que eles já fizeram diversos pedidos à administração municipal para aumentar as rondas na região.
“Não tem o que fazer, a Guarda chega e leva eles daqui pela manhã, mas à tarde eles voltam e ficam todos aqui novamente. Além disso, é muito difícil vermos fiscalização aqui, bem raramente. A gente já pediu para a Prefeitura, mas não adianta nada, é em vão. Eles falam que não podem fazer nada porque eles são todos menores de idade”, disse Amorim.
A proprietária de uma loja de acessórios para eletrônicos conta que seu estabelecimento foi alvo de uma tentativa de furto, quando os criminosos tentaram abrir a grade de proteção para entrar na loja.
“Faz umas duas semanas. A funcionária da perfumaria Paris que me avisou para que pudéssemos chamar a polícia. E eles ficam aí, correndo atrás das pessoas, brincando de guerrinha de balas, gritando com as pessoas. Está de mais”, contou a proprietária Jhennifer Regina Ranielli.
A falta de fiscalização e a violência crescente motivaram os comerciantes a fazerem um abaixo-assinado com funcionários e proprietários de lojas do Mercado Municipal e do comércio de rua da região, de modo a pressionar a administração pública a tomar medidas mais efetivas em relação ao problema e, assim, garantir a segurança de trabalhadores e consumidores.
“Pelo o que o pessoal falou, a medida é para ver se conseguimos tirá-los daqui do centro, porque está sem condições. Às vezes até tem um ou outro guarda que fica aqui, mas não resolve, porque eles são menores, não se pode fazer nada”, disse Ranielli.
A reportagem do portal acidade on questionou a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Segurança Pública sobre o problema relatado pelos comerciantes da região, porém, não obteve retorno da assessoria da administração municipal, tampouco da pasta responsável, até o momento de publicação desta matéria.
VEJA TAMBÉM
Saiba o que é síndrome de HELLP que Thayla Ayala teve
