Mesmo com o anúncio do Governo do Estado de São Paulo sobre a suspensão do aumento de ICMS sobre insumos agropecuários, cerca de 100 agricultores da reunião de São Carlos (SP) se reuniram na manhã desta quinta-feira (7), para um tratoraço.
Os tratores e caminhões passaram pela Avenida Getúlio Vargas, contornando a Praça Itália, com bandeiras do Brasil e banners nos veículos. Uma das faixas dizia “Governador, quem avisa amigo é. Aumento de ICMS é tiro no pé!”, mas sem uso de autofalantes ou buzinas.
“O objetivo principal é que o governador sinta que ele deve buscar outras opções para viabilizar a economia do Estado. Estamos aqui representando os produtores e a população de maneira geral para evitar mais gastos. Quem vai pagar é a população, e novamente a população mais pobre, que é quem consome nossos alimentos. Não vemos como algo justo o aumento dos impostos neste momento”, comentou o produtor rural Marcelo Guandalini.
CLIQUE AQUI E LEIA MAIS NOTÍCIAS
Entre os participantes, estavam também produtores rurais do distrito de Água Vermelha e Ibaté (SP). Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 pessoas e 40 veículos participaram do protesto que seguiu pacífico e sem ocorrências.
O protesto também foi acompanhado pelo departamento de Trânsito, que orientou os tratores e caminhões a ficarem à esquerda para que os carros passem pela outra via para amenizar o congestionamento na via.
Entenda a situação
O governador João Doria publicou um comunicado na noite de quarta-feira (6) informando sobre a suspensão das mudanças no ICMS para alimentos e medicamentos genéricos.
Segundo o Governo, a proposta tinha sido feita em agosto de 2020, quando houve queda nos indicadores da pandemia. No entanto, com a aproximação de uma segunda onda da doença foi necessário repensar.
“Decidimos suspender a vigência dos decretos estaduais que autorizam redução de benefícios fiscais do ICMS para insumos agropecuários para produção de alimentos e medicamentos genéricos”, informou Doria.
No entanto, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), o protesto foi mantido porque a medida foi cancelada parcialmente, já que não isenta aumentos na energia elétrica, nos combustíveis e em outros equipamentos como leite pasteurizado e hortifrutigranjeiros.
“Esses aumentos no ICMS ainda causam grandes impactos no agronegócio paulista, principalmente para os pequenos produtores rurais, que representam 78% do Estado, e para a sociedade como um todo”, explicou em nota.
O tratoraço, que é apoiado pela Faesp, está sendo realizado em mais de 300 cidades paulistas e reúne mais de 100 sindicatos rurais, associações e cooperativas.