O Instituto Butantan anunciou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (12) que a CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, tem eficácia global de 50,38%.
A porcentagem mostra que o imunizante é eficaz para atingir a imunidade coletiva e está dentro dos padrões da organização Mundial da Saúde (OMS), que exigem eficácia mínima de 50%.
O instituto já havia anunciado que, nos testes no Brasil, a vacina atingiu 78% da eficácia em casos leves e 100% em casos graves e moderados. Até o momento esse é a eficácia mais baixa dos estudos em comparação com outras vacinas como a Pfizer (95%), Moderna (94,1%) , Gamaleya (90%), Sinopharm (79%) e Astrazeneca (62 a 90%).
De acordo com os pesquisadores chineses, a maioria das reações foram leves, sendo que a mais comum foi a dor no local da injeção. Durante a coletiva, o Butantan também afirmou que a vacina não apresentou eventos adversos graves e que as reações alérgicas ocorreram em 0,3% dos participantes.
Essa vacina será a utilizada pelo Governo do Estado de São Paulo no Plano Estadual de Imunização (PEI), que deve começar a vacinação em 25 de janeiro e dará prioridade para profissionais de saúde. A expectativa é de que 9 milhões sejam imunizadas nesta primeira etapa.
Entenda sobre a CoronaVac
Como funciona a CoronaVac é uma preparação feita com vírus inativado, ou seja, incapaz de infectar qualquer pessoa. O esquema de vacinação do estudo é de duas doses de vacina com um intervalo de 14 dias entre elas.
Os testes foram feitos em 12.508 voluntários no país, todos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, em 16 centros de pesquisa.
Os ensaios clínicos nesses estudos são fundamentais para decidir sobre a eficácia da vacina. Eles são divididos em quatro fases:
– Fase I tem como principal objetivo ver se a vacina é segura e avaliar a melhor forma de administração;
– Fase II testa-se os diferentes esquemas para a vacina, definindo quantas doses são eficazes e qual o intervalor entre elas;
– Fase III objetivo é avaliar se a vacina tem efeito protetor e confirmar a segurança em pessoas que estão em contato com a doença. É nesta fase que são aplicados os placebos (produtos inertes) e que se permite concluir sua eficácia para então solicitar o registro para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
– Fase IV avalia a segurança da vacina em larga escala e a sua proteção em várias populações em um período de tempo mais longo, após o registro na agência reguladora.