A síndrome de Wolff-Parkinson-White ficou popularmente conhecida recentemente após uma criança de dez anos, de Lençóis Paulistas (SP), ter uma parada cardíaca 12 horas depois de tomar a vacina contra a covid-19.
De acordo com uma análise feita por mais de dez especialistas, o Ministério da Saúde informou que a parada cardiorrespiratória não foi uma reação ao imunizante e sim devido à doença cardíaca congênita, que atinge uma em cada mil pessoas.
O cardiologista Dr. Yuri Brasil explica que a síndrome de Wolff-Parkinson-White é uma doença relacionada a parte elétrica do coração. “Quem tem essa síndrome tem um feixe elétrico a mais na parte de condução. Alguns pacientes não apresentam sintomas, mas em alguns casos a doença pode levar a uma parada cardiorrespiratória”, afirma.
Essa síndrome é congênita, ou seja, a pessoa já nasce com ela. O diagnóstico é feito por meio de um exame simples e rápido: o eletrocardiograma. “O histórico familiar e algumas queixas do paciente podem nos dar sinais da doença. Palpitações, dor no peito e desmaios são alguns sintomas”, explica.
Tratamento
A doença pode levar a morte, portanto é imprescindível procurar um cardiologista para exames de rotina ou caso apareça algum sintoma. “O tratamento é feito através do estudo eletrofisiológico seguido de ablação. Um médico especialista em arritimia entra no coração com um cateter, encontra o foco da arritima e acaba com ele”, diz.
A taxa de sucesso do tratamento é altíssima, chegando a 95%. “Para todos os pacientes, indicamos esse tratamento pela alta taxa de cura. Caso o paciente se recuse a fazer, existem algumas medicações, mas não é tão curativo quanto o tratamento de ablação por cateter”, avalia.