Estudantes da Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, estão aprendendo genética e bioquímica através de um material lúdico desenvolvido por estudantes da Unesp de Araraquara. O kit caiu nas graças dos alunos, que relataram um melhor aprendizado das matérias.
Semelhante a um quebra-cabeça, as peças do kit intitulado Le DNA representam nucleotídeos, ribossomos, aminoácidos, moléculas de DNA e RNA e as proteínas de um organismo celular.
As peças são produzidas em MDF com encaixes específicos, que permitem somente a junção de ligações possíveis de serem realizadas no universo da genética e bioquímica. Assim, os alunos aprendem de forma independente e intuitiva, sem grandes instruções.
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A professora de biologia Isabel Kakuda acredita que a parceria com a universidade possibilitou melhor compreensão dos alunos do ensino médio. “Quando a gente ensina biologia molecular, que é uma interação muito profunda coma química, eles têm que saber essa questão das ligações moleculares e isso assusta a princípio, mas quando eles começam a entender, a gente vai passo a passo, usando alguns kits que são fornecidos pelo CDCC, e agora essa parceria com a Unesp de Araraquara facilita muito o aprendizado”, disse.
Os estudantes Isabela Abrão e João Vitor Pereira de Thomaz foram alguns dos alunos que puderam testar a ferramenta e logo aprovaram o material lúdico. “Dá para a gente ver tudo que já viu na teórica, e é mais fácil porque como já tem os nomes, tudo certinho”, comentou ela. “Na prática, para mim, eu relando e vendo o que estou fazendo é mais fácil do que ficar olhando alguém fazer por mim”, completou ele.
Facilidade e acessibilidade
O mestrando e biotecnologista Guilherme Kundlastsch foi o desenvolvedor do kit. Com o preço unitário de produção entre R$ 40 e R$ 50, ele achou nos materiais de MDF uma maneira de oferecer o aprendizado para escolas que não têm acesso a laboratórios de Biologia.
“Começamos a pensar em como poderíamos desenvolver uma forma de ensinar a Crispr no ensino médio, uma forma que não precisasse de equipamentos caros, que fosse acessível, então optamos por usar o MDF e uma máquina de corte a laser”, disse.
A Crisp, mencionada pelo mestrando, é o método de edição genética que venceu o Nobel de Química e é o futuro da tecnologia genética, capaz de alterar genes do DNA de seres vivos sem precisar retirá-los do organismo.
O próximo passo dos pesquisadores é treinar professores do ensino médio para que eles possam aplicar o kit em sala de aula. “Nosso objetivo é deixar o Le DNA aberto para quem quiser adaptá-lo, de acordo com as necessidades de cada escola”, afirma Danielle Biscaro Pedrolli, orientadora da pesquisa.
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