A campanha Fevereiro Roxo é voltada para conscientização sobre Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus. Três doenças diferentes, mas com dois pontos em comum: são crônicas e incuráveis. No caso da primeira, o diagnóstico precoce é importante pois o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do paciente.
Dados do estudo Global Burden of Disease, publicado no periódico científico Lancet Public Health, mostram que o número de adultos com 40 anos ou mais vivendo com demência em todo o mundo deve quase triplicar até 2050. No Brasil, podemos chegar a 5,6 milhões de pacientes nas próximas três décadas.
De acordo com a geriatra especialista em cuidados paliativos, Dra. Maria Carolyna Fonseca Arbex, a idade é um fator de risco importante. “Como a expectativa de vida está aumentando, mais casos de demência devem aparecer, sendo que Alzheimer é a doença mais comum e portanto aparece com mais frequência”, explica.
A campanha de conscientização também é importante para chamar a atenção da população e dos familiares para ficarem atentos aos sintomas. “Ter um mês focado na conscientização também é importante para elaboração de políticas públicas, já que é uma doença que está ficando cada vez mais frequente”, avalia a médica.
Prevenção do Alzheimer
A faixa etária de maior risco é acima de 70 anos e alguns fatores podem influenciar, como sedentarismo, obesidade, tabagismo e pressão alta. “Atividades que levam a traumas frequentes, como lutadores de boxe e jogadores de futebol americano, também têm mais chances de desenvolver a doença”, afirma.
Contudo, algumas ações podem ajudar na prevenção. “Fazer atividade física, ter um papel na comunidade e manter as doenças controladas são exemplos de fatores de prevenção”, orienta Maria Carolyna. Outras atividades também auxiliam, como aprender uma segunda língua, realizar trabalhos manuais e tocar um instrumento musical. “Em alguns casos, esses hábitos conseguem retardar a doença em até mais de cinco anos, quando conseguimos associar os fatores”, completa.
Principais sintomas
O principal sintoma do Alzheimer é o esquecimento, ou seja, a memória recente é prejudicada. “O paciente começa a ter dificuldades com atividades do dia a dia, se atrapalhando na hora de tomar as medicações, na organização da casa, nas compras, esquece o caminho, não lembra onde estacionou o carro”, exemplifica.
Além disso, a pessoa também pode ter dificuldade em aprender coisas novas. “Por exemplo, o micro-ondas da casa é trocado e a pessoa começa a ter dificuldades para usar o novo eletrodoméstico”, explica.
O diagnóstico é clínico, ou seja, feito de acordo com a avaliação do médico. Não existe um exame que detecte o Alzheimer, por isso é importante que os idosos façam acompanhamento regularmente como clínico geral ou geriatra.