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CotidianoImigração italiana deixou marcas na arquitetura de São Carlos; CDCC expõe e debate o tema

Imigração italiana deixou marcas na arquitetura de São Carlos; CDCC expõe e debate o tema

São palacetes, fábricas, igrejas e até hospital que mostram um fragmento da memória do século passado

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Camisaria Aidar (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Palacete Bento Carlos (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Palacete Conde do Pinhal (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Hotel União (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Fazenda Santa Maria do Monjolinho (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos)

A presença italiana em São Carlos vai muito além de laços consanguíneos, nas tradições, no vocabulário, as paredes de prédios históricos revelam um pouco a memória são-carlense daqueles que fugiram da fome na Europa buscando dias melhores na região.

Até 31 de maio, uma exposição no CDCC (Centro de Divulgação Científica e Cultural) da USP São Carlos vai mostrar aos visitantes a história de alguns ícones da arquitetura local. Projeto expõe na internet a história dos prédios e das personagens envolvidas.

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Palacete Bento Carlos (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Palacete Conde do Pinhal (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Hotel União (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Fazenda Santa Maria do Monjolinho (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos)

A história contada pelos edifícios narra, evidentemente, a passagem das castas mais ricas da sociedade da época. São palacetes, fábricas, igrejas e até hospital que mostram um fragmento da memória do século passado.

“Essa pesquisa nos ajudou a levantar, dentro da comunidade italiana, os muito profissionais da área da construção civil que implantaram também a sua marca. Há prédios que, infelizmente, não existem mais, como o primeiro Mercado Municipal, o Matadouro e a Camisaria Aidar”, relata a pesquisadora Leila Maria Massarão, que fez parte do projeto que resgata a história da arquitetura italiana em São Carlos.

Palacete Conde do Pinhal (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Hotel União (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Fazenda Santa Maria do Monjolinho (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos)

Alguns ícones da história da cidade estão relacionados na exposição do CDCC. Entre eles está o Palacete Conde do Pinhal, construção de Pietro David Cassinelli, genovês que fincou raízes em São Carlos e desenhou diversos prédios que marcaram época na cidade. Além do casarão, assinou o também belo Palacete Bento Carlos e a sede da Fazenda Santa Maria do Monjolinho, construções de grande valor histórico para a cidade.

Não menos histórico e que atrai olhares curiosos na região do Mercado Municipal, a Residência Pileggi também foi projetada por Cassinelli. Atualmente em péssimo estado de conservação mostra que nem todas construções históricas da cidade recebem a devida atenção.

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Hotel União (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos) Fazenda Santa Maria do Monjolinho (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos)

Fragmento da história de São Carlos, o recorte da presença italiana na arquitetura se entremeia com outras histórias: dos brasileiros em São Carlos, dos negros e de outros imigrantes. A de Cassinelli, para ficar em um exemplo, cruzou-se com a do comerciante italiano Gabriel Gagliardi, que mandou erigir um armazém atacadista que, posteriormente, serviu ao Hotel União, que fez história na época das viagens ferroviária. A história do engenheiro italiano também cruza com a história da saúde pública em sua morte durante a epidemia de febre amarela, que matou muitos no interior paulista.

“Nós acabamos nos concentrando nos italianos, porque eles foram muito numerosos em São Carlos. No final do século XIX, início do XX, metade da população da cidade ou era italiana ou descendente deles”, afirma.

A história de São Carlos não está toda contada, afirma a pesquisadora. “A sensação que a maioria das pessoas tem é que a história já está contada, mas não está. Existem muitos materiais a serem explorados, muitos recortes a serem trabalhados”, afirma.

Fazenda Santa Maria do Monjolinho (Foto: Acervo/Fundação Pró-Memória de São Carlos)

MESA DEBATE PRESENÇA ITALIANA
A história de Cassinelli é uma dentre diversas que marcam a presença italiana na arquitetura italiana. E uma mesa de debate deve mostrar diferentes prismas no CDCC, nesta quarta-feira (25).

A mesa será realizada às 15h e deve reunir os professores Miguel Antonio Buzzar e Nelma Bossonal, Ana Carolina Gleria Lima e Ana Teresa Cirigliano Villela, Maisa Fonseca de Almeida e Leila Maria Massarão.

Além dos aspectos italianos na arquitetura de São Carlos, os debatedores vão mostrar um pouco da presença em Araraquara e Ribeirão Preto.

O CDCC fica na rua 9 de Julho, 1.227, no Centro.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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