As mortes decorrentes de intervenção policial no Estado de São Paulo cresceram 19,3% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. No primeiro mês da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), os policiais foram responsáveis por 37 mortes, ante 31 registradas nos primeiros 31 dias de 2022. Os dados são das Corregedorias das Polícias Militar e Civil, e foram divulgados no Diário Oficial do Estado.
Os números indicam que o aumento da letalidade policial foi empurrado pela ação de profissionais que estavam de folga ou fora de serviço. Neste ano, dos 37 homicídios registrados, 14 (37,9%) foram cometidos por policiais que não estavam trabalhando no momento da ocorrência. Em 2022, quatro mortes (12,9 %), entre as 31 levantadas no período, foram provocadas por agentes que não estavam em operação.
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Ainda assim, os casos que envolvem policiais de folga integram a conta feita pelas corregedorias, uma vez que eles acontecem no âmbito de uma ocorrência oficial, quando, por exemplo, há intervenção ao se testemunhar uma agressão ou roubo. Não entram na comparação registros de homicídios dolosos ou culposos cometidos por agentes, mas que não se relacionam com a atividade policial.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) analisa que o aumento de mortes não se configura como crescimento da letalidade policial porque a escalada das ocorrências está sendo puxada por ações de profissionais fora de serviço. Considerando os dados das mortes com os policiais em campo, janeiro deste ano mostrou uma queda em relação a 2022: foram 23 mortes em 2023, ante 27 no ano passado.
Mesmo assim, para Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os números podem ser um sinal de alerta. “É difícil determinar a causa do aumento de mortes com dados de um único mês. Mas a gente vinha de uma queda consistente dos números de letalidade e, talvez, a gente esteja diante de um recuo, uma interrupção desse processo”, disse.
De acordo com dados levantados pelo Fórum, a letalidade policial em serviço caiu de 733 mortes, em 2019, para 275 em 2022. Especialistas analisam que a queda é reflexo da introdução das câmeras que passaram a ser acopladas nos uniformes dos policiais. “Vamos precisar analisar os dados de fevereiro para entender o que está acontecendo. A gente vinha de mais de dois anos de redução ininterrupta da letalidade”, afirmou Samira.
O major Rodrigo Vilardi, da SSP, disse ao Estadão que os dados de letalidade policial, entre mortes em serviço e em folga, devem ser analisados de forma separada. “O que houve foi um aumento no número de roubos. Dessas 14 mortes fora de serviço, 10 casos são ocorrências em que o policial foi vítima de um roubo e reagiu.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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