Estruturas danificadas, furtos de todos os materiais, mato alto e abandono. O Centro da Juventude do bairro Cidade Aracy, em São Carlos (SP), costumava ser um espaço utilizado em projetos sociais que beneficiavam toda a população, mas acabou se transformando em motivo de preocupação para os moradores.
Há mais de dois anos o espaço não recebe nenhuma atividade presencial por conta da pandemia de Covid-19. Os trabalhos sociais que atendiam de crianças a adultos precisaram ser adiados, mas os cuidados com o prédio público deveriam ter sido mantidos, o que não aconteceu.
Quem anda por lá, logo vê o descaso. Banheiros sem torneiras, campo com mato alto, janelas, vidros e portas quebradas, evidências de invasão e muitas ocorrências de furto dos materiais lá deixados.
“A cada mês o tempo passando, começaram a ter invasões nos prédios públicos, com roubos, tanto de estrutura como torneira, fiação, alambrado, lâmpada, tudo que pudesse ser arrancado começou a ser, as grades foram arrombadas, janelas e portas quebradas, adentraram em todas as salas. Não teve nada concreto de proteção ao espaço público e cada vez mais foi abandonado”, contou Marta Morais Minatel.
A moradora faz parte da Associação Rede Solidária de Apoio do Cidade Aracy, coletivo criado para levantar e expor pautas sobre as dificuldades do maior bairro do município. Para ela, falta apoio e zelo do poder público principalmente com reparos básicos.
“Teve um investimento na área da piscina, para reativar e liberar para a população, mas um dinheiro investido só naquele pedaço do CJ e todo o resto ficou abandonado, com uma proposta de reforma para 2023, mas a gente tem pedido pelo menos que corte a grama, coloque torneira, água, para a gente poder usar o espaço. Que o poder público entenda que um investimento ali vai trazer benefícios, é uma composição.”, comentou.
A moradora Débora costuma frequentar a pista de skate junto com a filha e também percebe o descaso. “Mato muito grande, tem algumas imperfeições na pista que acabam sendo perigoso, não vejo policiamento, e o que a gente gostaria é que tivesse mais coisas para as nossas crianças fazerem, mais atenção”
Ana Cristina Cassiano de Campos, também integrante do coletivo comunitário, completa que o bairro tem problemas generalizados que podem ser resolvidos com o cuidado e a preocupação do poder público.
“Nós somos ignorados. Infelizmente a gente não tem apoio do poder público. Eles nos atendem muito bem, com muita educação, mas na hora da solução a gente não vê nada”, disse.
Questionada a respeito das melhorias que precisam ser feitas, a prefeitura informou que abriu processo licitatório para fazer a reforma do espaço e que a limpeza do mato está programada, assim como a recuperação da parte elétrica. A administração também confirmou que a recuperação na parte da piscina já foi concluída.