Moradores do bairro Vila Prado, em São Carlos (SP), estão se queixando de um terreno abandonado que tem causado dor de cabeça no local. O espaço também é regularmente utilizado por usuários de drogas.
Em uma simples caminhada, é fácil perceber a quantidade de mato, sujeira e acúmulo de lixo e móveis abandonados, como uma cadeira de escritório descartada na entrada. Da fábrica que funcionava ali, apenas o esqueleto de sua estrutura. Nos buracos do teto, a luz do sol entre e ilumina o local abandonado, enquanto moradores de rua usam o espaço como um abrigo.
Esse é o terreno que fica no final da Rua Dona Ana Prado, esquina com a Rua São Pio X. De acordo com os moradores, o maior problema é a falta de segurança. O aposentado Antônio Donizete de Almeida Lemos conhece o bairro há 20 anos e convive com isso diariamente.
“A gente queria que alguém tomasse uma providência para ver se faz uma limpeza no terreno ou ver o que pode ser feito porque estamos abandonados aqui. O policiamento não passa, a coisa mais difícil é passar uma viatura na rua, quando acontece alguma coisa e a gente chama, dificilmente vem e quando vem é duas ou três horas depois, aí não precisa mais. Estamos praticamente abandonado aqui”, disse.
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A dona de casa Jussara dos Santos compartilha do mesmo pensamento, já que na última terça-feira (16) teve o encanamento de gás furtado. “Acordei de manhã e quando olhamos, tinham roubado todo o encanamento do gás. Faz 50 anos que moro aqui nesta rua, eu nasci aqui e a Vila Prado era muito boa, mas agora está mesmo é com noias o dia inteiro, a gente não tem mais sossego. Tem um terreno que fica no beco que é onde eles ficam”, comentou.
O morador Deraldino de Jesus lamentou a falta de segurança do bairro e a situação de abandono do terreno que fica no final da rua. “Acho que é muita coisa que a prefeitura não vem fazer. Tentaram roubar minha casa também, e aqui com meus vizinhos é a mesma coisa. A gente fica perturbado a noite para dormir com esse monte de roubos, por isso que a gente pede para a prefeitura passar e dar uma limpada nesse terreno porque acho que assim acaba aquelas pessoas que ficam ali”, comentou.
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Opinião de especialista
Terrenos abandonados causam impactos sociais e na qualidade de vida das pessoas no entorno. Podem acontecer aumento de animais peçonhentos, insetos e doenças na região.
A arquiteta e urbanista Ana Lúcia Cerávolo detalhou as consequências desse abandono especialmente neste momento delicado de pandemia que estamos enfrentando.
“No momento em que a curva de contaminação de Covid-19 está no pico mais alto, com um sistema de saúde pressionado por pessoas na fila de espera aguardando leitos hospitalares, é fundamental que não permitamos outros surtos de doenças como, por exemplo, a dengue. Coma s chuvas constantes, é importante mantermos os terrenos não urbanizados limpos e tomarmos cuidados com quintais e jardins. Outra fonte de atenção deve ser as caixas de água, que podem ser focos de mosquitos. Os terrenos com mato podem ainda abrigar animais peçonhentos e ratos, colocando em risco os vizinhos e animais de estimação”, explicou.
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Posições
Procurada, a prefeitura disse que a responsabilidade da limpeza é do proprietário do terreno e que irão repassar para a equipe de fiscalização verificar e notificar esse proprietário.
Já a Polícia Militar emitiu uma nota em que explica que o policiamento ostensivo e preventivo na região é reorientado e intensificado pela polícia militar quando necessário, com base nas denúncias dos moradores e na análise dos índices criminais.
A PM ainda informou que o efetivo atua na região por meio dos programas Força Tática, de Ronda Escolar, Rocam e policiamento comunitário e que ações conjuntas entre as polícias Civil e Militar possibilitaram, no mês de janeiro de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, a redução de 12,8% nos roubos em geral e 2% nos furtos, em São Carlos.
Para essas ocasiões de furtos ou roubos, o registro do Boletim de Ocorrência é imprescindível para a devida apuração dos fatos e prisão dos criminosos. Além das unidades territoriais, os registros de ocorrência podem ser feitos pela Delegacia Eletrônica.
