Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP) uniram luz e imunoterapia para eliminar reservatórios do vírus HIV inacessíveis aos tratamentos atuais.
Liderados pelo professor Francisco Eduardo Gontijo Guimarães e com colaboração da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Reino Unido, o tratamento novo liga anticorpos (tipos moléculas que fazem a defesa do organismo) imunoterápicos altamente específicos que destroem células infectadas ou o próprio vírus com a ajuda de fotossensibilizadores, moléculas que ativadas por luz liberam radicais livres.
“Essas espécies reativas conseguem matar as células doentes usando a luz. O fotossensibilizador ligado ao anticorpo só vai atuar no alvo, não no corpo todo como seria com uma aspirina ou outro medicamento”, explica.
Células do sistema imunológico podem servir de “casa” para o vírus da Aids. Segundo o professor, quando infectadas, as células ficam adormecidas e passam despercebidas pelo tratamento. “Os antirretrovirais têm dificuldades de acessar essas células”.
Ao contrário dos atuais tratamentos antirretrovirais, que atuam, principalmente no vírus circulante no corpo e o impede de ser reproduzir, o anticorpo com fotossensibilizador busca os repositórios de vírus para os destruir. “A iluminação pode ser feita quando passa o sangue pela máquina de hemodiálise. O vírus circulante pode ser eliminado neste processo”, relata.
O professor explica ainda, que há outro método para acessar a essas células: a iluminação externa. Com o comprimento de onda adequado, órgãos como o intestino ou sistema linfático podem ser alcançados. Segundo o professor, cerca de 60% dos estoques do vírus ficam no trato digestório.