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CotidianoProjeto planta 820 mudas para recompor mata ciliar do Monjolinho

Projeto planta 820 mudas para recompor mata ciliar do Monjolinho

Áreas recompostas ficam no bairro Romeu Santini receberam rearborização da mata que protege o curso d’água

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Projeto plantou mudas no entorno de córrego. (Foto: Arquivo ACidade ON)
Projeto plantou mudas no entorno de córrego. (Foto: Arquivo ACidade ON)

Foram plantadas às margens do Córrego Monjolinho, em São Carlos, 820 mudas de árvores com o objetivo de recompor a mata ciliar degradada no local. A ação integra o “Projeto de Restauração Florestal na Área de Preservação Permanente do Rio Monjolinho”, fruto da cooperação entre a UFSCar e o Rotary Club de São Carlos – Pinhal.

As duas áreas contempladas – de 2.088 m² e 2.830 m² – estão localizadas na rua Luiz Masson, às margens do Rio Monjolinho, no Bairro Romeu Santini, e o projeto visa à rearborização da mata ciliar no local. “São Carlos possui histórico de enchentes em diversas localidades, além de diversas áreas com processos de erosão e voçorocas. Portanto, projetos que contemplem a revitalização de matas ciliares são imprescindíveis para a atenuação desses eventos e processos”, explicam a professora Andréa Lúcia Teixeira de Souza, do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) da UFSCar, o engenheiro florestal Pedro Henrique de Godoy Fernandes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCAm) da UFSCar, e Gustavo Galetti, doutor em Ciências Ambientais também pela UFSCar. Segundo eles, o projeto contempla áreas de mata ciliares degradadas em cursos d’água que apresentavam processos erosivos, para diminuir o assoreamento dos cursos d’água e consequentemente as enchentes. 

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“As matas ciliares ou matas ripárias são aquelas florestas adjacentes aos cursos d’água, que influenciam fortemente a qualidade da água, diminuindo os efeitos negativos de ações humanas, através da filtragem de sedimentos, mitigação de poluentes, controle de inundações e o aumento da recarga dos aquíferos. Além disso, as matas ripárias aumentam a estabilidade das margens, evitando os processos de erosão. Portanto, prestam serviços imprescindíveis para a conservação e manutenção dos cursos d’água e da biodiversidade”, detalham Andréa Teixeira e Pedro Henrique Fernandes.

Etapas do projeto
Segundo José Francisco Furlan Rocha, Presidente do Rotary Club de São Carlos – Pinhal, o projeto teve início em 2021, com o levantamento de áreas com necessidade de restauração florestal na cidade de São Carlos: “Identificadas essas áreas, houve a apresentação para a equipe da UFSCar; na sequência, foi realizada vistoria das áreas para análise da viabilidade do projeto e conversa com moradores do entorno”.

Em 2021, o Rotary – Pinhal encaminhou requerimento à Prefeitura de São Carlos com indicação de três possíveis áreas para recuperação florestal, sendo autorizado, em outubro, o plantio em duas – ambas Áreas de Preservação Permanente (APP), às margens do Rio Monjolinho. Paralelamente, entre os meses de agosto e novembro, houve a elaboração do cronograma para o plantio, a aquisição e preparação das mudas, detalha o presidente do Rotary – Pinhal.

Para o plantio, foram selecionadas “espécies que ocorrem naturalmente em áreas de mata ciliar na fitofisionomia (Mata Atlântica – Floresta Estacional Semidecidual) do município de São Carlos e que se desenvolvem de maneira satisfatória nesses ambientes. O projeto contempla também o plantio de espécies que atraem a fauna, possibilitando a posterior dispersão de sementes, fomentando a cobertura florestal da área”, destacam os pesquisadores da UFSCar. Assim, foram plantadas 17 espécies diferentes, entre elas, ingá-do-brejo, ipê-roxo, jequitibá-branco, algodoeiro, pau-viola e sangra-d’água. O plantio das mudas foi realizado em dezembro de 2021, “mas o trabalho do Rotary e UFSCar continua com a limpeza e monitoramento para adequado crescimento das árvores”, complementa Furlan.

Nesse cenário, Gustavo Galetti e Pedro Henrique Fernandes avaliam que um dos principais desafios na reintrodução das florestas ciliares é a supressão de espécies invasoras como mamona, braquiária, capim colonião e de leucena. “Vale a pena ressaltar que estas espécies são comumente encontradas em áreas degradadas, ou seja, desprovidas de vegetação nativa. Outro desafio é a conscientização dos moradores ao redor da importância da preservação das florestas ciliares, para que evitem o descarte de resíduos e os danos nas mudas das espécies arbóreas reintroduzidas após a implementação do projeto”, explicam.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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