Com 24 casos de picadas de escorpião até junho, dos quais dois graves, São Carlos alerta para a ocorrência de aparecimento do aracnídeo, que está em período de reprodução até setembro.
Nas últimas semanas, Ribeirão Preto e Piracicaba registraram duas mortes de crianças em decorrência de picadas de escorpião. Os menores de 10 anos são mais propensos a terem complicações quando atacadas pelo aracnídeo.
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Em São Carlos, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 136 notificações de encontro de escorpiões, em balanço feito até o mês de julho. Neste ano, até o fim do mês passado, foram realizadas 131 vistorias pela Unidade de Controle de Zoonoses e Endemias.
A veterinária Luciana Marchetti, da unidade de Zoonoses de São Carlos, explica que entre agosto e setembro os animais estão em período reprodutivo. As fêmeas, que não dependem de machos para procriarem, saem dos esconderijos em busca de alimentos. Nestas saídas, acabam ocorrendo os acidentes.
Para evitar o aparecimento do aracnídeo, recomendações simples são repassadas pela especialista. Manter os quintais limpos, sem acúmulo de entulho, telhas ou tijolos é um bom começo. Se orienta, ainda, deixar os ralos fechados, pois o esgoto pode servir de porta de entrada para os animais.
Uma observação dada pela veterinária é que combater os escorpiões com veneno é difícil. Medidas indiretas, como extermínio das baratas, principal alimento deles, são bem-vindas.
O veranico vivido em São Carlos, em que há mais de 60 dias não chove, é uma “boa notícia” quando o assunto é escorpião, uma vez que o “primo” da aranha tem sensibilidade à baixa umidade do ar. “O aparecimento deles cai um pouquinho, mas na primeira chuvinha que der, a gente percebe o aumento do número de ocorrências”, observa.
Ocorrência em “bairros velhos”
O Centro de São Carlos é o bairro onde ocorrem mais notificações de aparecimento de escorpiões em São Carlos, seguido da Vila Monteiro. Os dois bairros têm predominância de construções e rede de esgoto mais antigas, o que favorece a procriação dos animais.
O Cidade Aracy, Vila Monteiro e Jardim Ricetti, além do Santa Felícia, Vila Prado e Boa Vista, são os bairros que mais têm notificações de “aparições” do animal peçonhento.
Além de residências e encanamentos velhos, o escorpião gosta, também, de localidades próximas de rios, por conta da umidade. Moradores de localidades próximas a cursos d’água devem redobrar a atenção.
Os cemitérios também são criadouros em potencial, destaca a veterinária. Vila Marina e Cidade Jardim, bairros que completam o “top 10” dos escorpiões, têm necrópoles próximas.
Fui picado, e agora?
Quem é picado por escorpião apresenta dor imediata, vermelhidão, inchaço local, aumento de suor localizada no ponto da picada, além de arrepio na região. A vítima pode apresentar, ainda, contrações musculares incontroláveis e começar a babar demais, além de respiração ofegante, de acordo com cartilha da Secretaria de Estado de Saúde. Sintoma de caso mais grave, sobretudo em crianças e adolescentes, é o vômito.
Caso seja picado por escorpião, a orientação é que se busque imediatamente a UPA mais próxima de casa. Para as crianças, porém, a recomendação é específica: leve à Santa Casa, onde há equipe preparada para atender neste tipo de situação. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pode ser chamado pelo telefone 192.
Não são todos os acidentados que precisam receber o soro antiescorpiônico. A indicação varia conforme os sinais e sintomas do paciente.
O Estado de São Paulo realiza, a partir de 28 de agosto, a Semana Estadual de Enfrentamento ao Escorpionismo. São Carlos deve participar da mobilização de conscientização e combate aos escorpiões.
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