Em 20 anos, a hemodinâmica da Santa Casa de São Carlos (SP) já realizou mais de 25 mil procedimentos, sendo que durante esse período, menos de 0,2% dos pacientes tiveram complicações e morreram.
Nesta semana, o serviço completou 20 anos de ajuda ao público. De todos os tratamentos realizados, 68% (quase 17 mil) foram cateterismos cardíacos e 32% (8 mil) foram angioplastias coronárias com implantes de stents. Os dados incluem procedimentos SUS, convênios e particulares.
A equipe se destaca, ainda, por realizar intervenções ofertadas em poucos centros hospitalares, como o caso da aterectomia rotacional. A equipe de Cardiologia Intervencionista da unidade é que a tem maior experiência nesse tipo de procedimento em todo o interior de São Paulo, além de ser certificada pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica para realizar o Implante de Valva Aórtica Transcateter (TAVI).
Ao todo são três médicos com especialização em cardiologia intervencionista, duas enfermeiras e oito técnicos de enfermagem. “A doença cardiovascular é a principal causa de morte no Brasil. Dentre as doenças cardiovasculares, o infarto é o que mais mata. Por isso, os procedimentos hemodinâmicos são tão importantes, porque diminuem esse risco de mortalidade”, explica um dos cardiologistas da equipe da Santa Casa, Sérgio Berti.
O cardiologista intervencionista afirma ainda que em um hospital que não tem serviço de hemodinâmica, a mortalidade dos pacientes com infarto gira em torno de 30%. “Com os procedimentos de hemodinâmica, essa taxa de mortalidade cai para 5%”.
Natalina Fonseca Gomes, de 70 anos, é um dos pacientes do Serviço de Hemodinâmica. A primeira cirurgia foi em 2004. “Eu trabalhava como faxineira. Comecei a sentir formigamento e uma dor no braço. Um dia, senti uma dor forte no peito e passei mal e fui trazida para a Santa Casa”.
De lá para cá, a dona de casa já passou por 14 procedimentos. “Sempre fui muito bem atendida. Tanto pelos médicos quanto pela equipe do Serviço de Hemodinâmica. Se hoje estou viva e estou bem, é graças ao trabalho de todos eles”, agradece Natalina.
Prevenção
O cardiologista Sérgio Berti reforça que os bons hábitos podem ser decisivos para evitar a progressão dos problemas de coração. Entre eles estão uma caminhada de trinta minutos a uma hora, de três a cinco vezes por semana, não fumar e manter uma alimentação com pouco açúcar, farinha branca e alimentos processados.
“São atitudes simples, que ajudam no controle da pressão, do colesterol e do açúcar no sangue. Além de, claro, fazer o acompanhamento com o seu médico e tomar os remédios que forem necessários para controle. E isso vale, inclusive, para quem já passou por procedimentos cardíacos. A prevenção e uma rotina mais equilibrada, podem evitar novas cirurgias”, disse.