A mãe e a filha de 19 anos, que tem deficiência física e mental, encontradas na manhã desta quarta-feira (6) em provável situação de cárcere privado no CDHU, em São Carlos, foram agredidas com facão, socos e corrente e estavam há dias sem comer, segundo o Conselho Tutelar.
Em entrevista ao acidade on, a coordenadora do Conselho, Ariane Fondato, informou que o flagrante aconteceu por conta de uma denúncia feita na segunda-feira (4), que apontava que a criança de 10 anos tinha sido agredida. Os conselheiros foram até o local no dia, mas não encontraram o filho.
“Nós achamos o cenário um pouco complicado para ter crianças. Retornamos hoje para entender melhor e averiguar a denúncia, e como a gente tinha histórico de que o homem era muito agressivo, pedimos apoio da PM já temendo a reação dele”, contou.
Quando chegaram na casa, a mulher começou a pedir ajuda e relatou que estava presa em casa e que havia apanhado a madrugada toda. Segundo a conselheira, ela estava muito machucada, havia muito sangue pela casa e a família estava dois dias sem comer. O homem, inclusive, teria tentado esfaquear a criança mais nova, então a mãe foi defender e acabou sendo mais agredida.
As crianças pediram ajuda também, dizendo que inclusive esse rapaz bateu na irmã deles, de 19 anos, que tem deficiência física e mental, e que ele bateu nela com socos e uma corrente. Ela também aparentava estar muito desnutrida.
Conselheira tutelar, Ariane Fondato
Dada a situação em flagrante, a mãe e a jovem de 19 anos foram socorridas pelo Samu até a Santa Casa de Misericórdia.
O autor, que não é pai de nenhuma das crianças, também passou por atendimento, acompanhado da força policial, porque teve o dedo mordido pela mulher e foi apresentado na delegacia.
O que acontece a partir de agora
O caso ainda está sendo apresentado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e a Polícia Civil deve definir o que acontecerá com o autor das agressões e demais desdobramentos.
A conselheira Ariane Fondato informou que as duas crianças, de 10 e 14 anos, foram entregues a um familiar e receberão acompanhamento psicológico. O caso deve ser comunicado ao Ministério Público ainda hoje.
Ela também explicou que por conta da jovem ter 19 anos, não cabe mais atuação para o conselho, mas que o órgão acionou a Assistência Social, que a partir de agora também acompanha o caso.
