Denúncia aponta que uma equipe volante da Secretaria Municipal da Saúde que serviria para imunizar pessoas acamadas e debilitadas realizou a vacinação de nove funcionários em uma escola de São Carlos.
Segundo a Prefeitura, a ação foi feita sem prévia autorização por uma funcionária terceirizada para “vacinar uma parente que trabalha na escola”. Secretaria da Saúde reforçou ainda não ter havido irregularidades e sim “uma gentileza da sobrinha de uma funcionária da escola”.
A denúncia foi feita ao portal ACidade ON São Carlos por uma funcionária da rede de ensino que não quis se identificar. O “posto volante informal” foi montado na Escola Municipal de Ensino Básico (Emeb) “Cônego Manoel Tobias”. Ocorre que o serviço não foi oferecido a nenhuma outra unidade escolar do município.
“Eu passei porque estava indo para o meu trabalho. Vi que em frente ao Cônego tinha uma unidade móvel de saúde. Parei para dar uma olhada, conheço muitas pessoas lá, e perguntei”, afirma o denunciante, que comentou que ficou sabendo da vacinação pelos próprios funcionários da Emeb.
O “posto” estaria montado na área do controlador de acesso. Duas pessoas, supostamente funcionários da Secretaria de Saúde, estavam realizando a aplicação.
Na véspera, afirma a denunciante, um dos funcionários da Emeb teria oferecido a vacina em um grupo da “Cônego” a quem tivesse mais de seis meses da finalização do cronograma de vacinação. Os interessados deveriam enviar o CPF para cadastro. Os profissionais que teriam aplicado a vacina fora de lugar teriam pedido para que a aplicação na escola não fosse comentada para outras pessoas.
Indignada, a funcionária da rede de ensino procurou o ACidade ON para denunciar a situação. Ela afirmou que chegou a perguntar à administração se haveria vacinação de professores e funcionários nos locais de trabalho. A resposta, segundo ele, foi “não”.
“Mas, e aí, como pode beneficiar uma escola? As outras também vão ser (beneficiadas)?”, afirma.
A vacinação da escola “Cônego” ocorreu no primeiro dia de aplicação da terceira dose para profissionais da educação com mais de 40 anos. A Prefeitura, no entanto, afirmou que todos os imunizados na escola “estavam dentro dos critérios preconizados”.
Em nota, a Secretaria da Saúde afirmou que “Departamento de Gestão do Cuidado Ambulatorial (DGCA) da SMS teve conhecimento da vacinação realizada após o fato ocorrido, por meio de contato da Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde”.
A gestão de saúde confirmou que nenhuma outra escola municipal da cidade recebeu vacinação da Covid-19 “in loco”. “A apuração dos fatos foi realizada junto a servidora envolvida no ocorrido. Considerando que a ação foi realizada sem conhecimento da chefia, a mesma foi orientada quanto a necessidade de discussão prévia com o DGCA evitando problemas como o ocorrido”.
A Secretaria descreveu, ainda, a situação que levou à vacinação volante à Emeb. Segundo a pasta, uma servidora municipal que atua na ação domiciliar teria solicitado apoio de uma profissional de empresa terceirizada que está atuando na Fundação Pró-Memória, um dos postos de vacinação contra a Covid na cidade.
“No percurso entre um domicílio e outro, a profissional terceirizada solicitou a colega a possibilidade de vacinar uma parente que trabalha na escola citada, o que foi aceito pela servidora”, complementa.
A pasta segue, ainda, dizendo que “durante a ação foi solicitado pelos trabalhadores do local a possibilidade de também serem vacinados, o que foi realizado, pois no entendimento das profissionais da saúde, a ação poderia contribuir para ampliar o número de pessoas vacinadas diante de tantos faltosos para a vacina”, finaliza.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que o diretor da escola autorizou, “de forma pontual, uma ação de vacinação por uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde para contemplar a terceira dose para professores e trabalhadores da educação daquela comunidade escolar”.