Manifestantes que repudiam a construção de um cemitério vertical entre a UFSCar e um condomínio de alto luxo em São Carlos lotaram o auditório da Prefeitura Municipal durante a audiência pública que discutiu o tema. Abaixo-assinado contra o empreendimento já tem 2,7 mil subscritos no Petição Pública.
No evento, o grupo que pretende construir o empreendimento explicou aspectos do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança). Membros da sociedade civil organizada também falaram durante o evento.
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O vereador Djalma Nery (PSOL), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, criticou a forma como a audiência pública foi conduzida, de forma a dar somente a chancela ao empreendimento, sem grandes participações da população. Observou que o grupo interessado no Cemitério Vertical apresentou EIV e promoveu a compra da área contando com a aprovação.
“Eu como presidente da Comissão de Meio Ambiente, militante, fiquei sabendo por meio de petição de vocês. Tem alguma coisa de errada neste processo”, disparou.
O parlamentar afirmou que irá oficiar a Prefeitura sobre impactos na área de preservação da UFSCar e criticou que o EIV “é muito vago” e não diz objetivamente quais as medidas de mitigação da construção do Cemitério Vertical.
Papel como mediador da discussão
Ao acidade on, o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Wilson Jorge Marques, afirmou que a pasta trabalha como mediadora da discussão pública sobre a construção de empreendimentos na cidade e que não opina sobre o mérito.
Marques revelou que o tema do Cemitério Vertical ainda será objeto de novas audiências públicas, para que a discussão sobre o empreendimento seja ampliada. “Ontem era apenas consultivo, para discussão e apresentação do projeto para a sociedade e teremos outra audiência pública para atender aos pedidos da população”, afirma.
O secretário afirmou que percebe haver resistência entre os moradores do entorno que não querem o empreendimento. A futura necrópole vertical, se construída, será erigida em frente a condomínios de classe alta.
Da parte burocrática, Marques afirmou que a obra ainda depende de tramitação nas áreas de parcelamento e uso do solo e apresentação de documentações, em sua secretaria, e também, de licenciamento ambiental, na pasta de Meio Ambiente.
Como deve ser o velório
O empreendimento será construído na Rodovia Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), nas imediações de condomínios de alto padrão. Projeto ao qual o acidade on São Carlos teve acesso será construído em terreno de 49 mil m². O local deve contar com 450 lóculos (espécie de gavetas), onde deverão repousar os restos mortais. Os empreendedores ainda querem construir um complexo velatório, com oito salas para funerais.
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