A construção de um cemitério vertical em São Carlos está polemizando nas redes sociais. A construção de um complexo funerário está rendendo assunto, com mobilização de abaixo-assinado tentando impedir o empreendimento.
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Mas, afinal: como é esse projeto de cemitério vertical?
O acidade on teve acesso aos arquivos do projeto que foram disponibilizados para a realização de uma audiência pública. A necrópole vertical deve ser construída em terreno de 49 mil m² nas margens da Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), nas proximidades de condomínios de alto padrão e de “atrás” da UFSCar.
Conforme projetos disponibilizados pela empresa junto à administração municipal, cujo acesso é público, serão construídos um complexo velatório de 1.700 m², com oito salas para funerais, lobby, lanchonete e área de acesso e espera. O local terá parada coberta para veículo, acessibilidade a paisagismo.
As plantas ainda mostram detalhes do cemitério vertical a ser construído na cidade. A construção é térrea e terá diversos módulos com lóculos (espécie de gavetas) onde deverão repousar os restos mortais sepultados. São 450 lóculos no total, no mínimo. A empresa privada ainda disponibilizará ossuários para onde serão destinados os corpos depois de três anos.
O empreendimento ficará em amplo terreno com paisagismo, área de vegetação de proteção permanente e uma lagoa, já existente. Também estão previstos estacionamentos para os visitantes, com reservas de vagas para PCDs, autistas e idosos, conforme a legislação.
Em relatório disponibilizado ao público, os empreendedores afirmam que os cemitérios públicos de São Carlos estão “sobrecarregados”, o que “o que acentua a necessidade de um novo empreendimento para suprir a demanda local”.
Qual o impacto?
Estudantes da UFSCar, ambientalistas e moradores de bairros vizinhos reclamam que o empreendimento tem “alto impacto” no meio ambiente, com riscos de poluição do ar e da água.
Próximo ao local onde pode ser construído o cemitério vertical, no mesmo terreno, há uma barragem de água de um afluente do Córrego do Monjolinho. O manancial é usado no abastecimento de água da cidade.
Por outro lado, o corpo técnico do grupo que propõe o projeto afirma que o cemitério vertical tem “baixa ou nula contaminação de solo e lençóis freáticos”. No caso de poluição do ar, o projeto prevê a instalação de sistemas de filtragem automatizada do ar proveniente dos lóculos.
Os empreendedores afirmam, ainda, que o modelo vertical tem vantagens ante o tradicional, em que os féretros são colocados no solo.
Audiência Pública
A construção do cemitério vertical será tema de audiência pública marcada para a terça-feira (5). O empreendimento é o quarto item da pauta.
A reunião será realizada no auditório do Paço Municipal, na rua Episcopal, 1575, no Centro, a partir das 18h.
Os arquivos do projeto arquitetônico, plano de gerenciamento de resíduos, estudo de impacto de vizinhança, entre outros documentos, podem ser acessadas aqui.
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